Aprovados por unanimidade, critérios, apresentados em reunião na tarde de hoje no auditório da prefeitura, poderão ser adotados caso falte este tipo de leito na região
Em meio a uma situação preocupante, na qual a ocupação das unidades de terapia intensiva (UTI) específicas para o atendimento a Covid-19 está próxima dos 100% na Macrorregional Oeste, o auditório Acary de Oliveira, na Prefeitura de Toledo, foi palco, na tarde desta segunda-feira (14), de uma reunião para tratar de um assunto bastante delicado. Algumas das principais autoridades da saúde pública e privada do município compareceram à reunião em que foi debatida a proposta de protocolo para o caso de insuficiência deste tipo de leito.
Os critérios, formulados a partir de recomendações da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib), da Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede), Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) e da Associação Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP), foram apresentados a representantes dos hospitais Bom Jesus, Doutor Campagnolo e Geral da Unimed (HGU), da 20ª Regional de Saúde e do Pronto Atendimento Municipal (PAM) Dr. Jorge Milton Nunes, e aprovados por unanimidade. “O protocolo proposto define critérios para situações-limite, como a que estamos prestes a vivenciar. Se houver dois pacientes precisando de UTI e só uma vaga estiver disponível, esta ferramenta ajudará a regulação de leitos na escolha de qual vai ser atendido primeiro”, explica o médico integrante da comissão técnica do Centro de Operações Emergenciais (COE), Fernando Pedrotti.
A partir de agora, o protocolo aprovado pelos presentes ao encontro será encaminhado para análise das autoridades sanitárias estaduais, que avaliarão se adotarão ou não tais critérios. “O Município de Toledo vai apresentar a proposta na reunião da Comissão Intergestores Regional e esta deverá também ser encaminhada pela 20ª Regional de Saúde à Sesa [Secretaria de Estado da Saúde], que é a responsável pela Central de Regulação de Leitos na Macrorregional Oeste. Caso as normativas sugeridas sejam acatadas, é fundamental que os hospitais situados nos municípios que integram regionais de Toledo, Cascavel, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão e Pato Branco sigam o mesmo protocolo”, explica.
Pedrotti reforça os pedidos para que a população mantenha os cuidados no combate ao novo coronavírus. “O ideal seria que não precisássemos passar por isso, mas entendemos a necessidade de todos os profissionais da linha de frente no combate ao novo coronavírus e queremos informar à população sobre esta mudança de critérios. O momento é crítico e pedimos encarecidamente que todos se cuidem ainda mais, que não se esqueçam dos cuidados que têm nos acompanhado desde o início da pandemia, como higienizar as mãos várias vezes ao dia, ficar em casa sempre que possível e só sair quando for preciso e usando máscara do jeito certo e, sobretudo, evitar aglomerações”, salienta. “Temos 31 leitos de UTI em Toledo, sendo que 24 vinculados ao SUS encontram-se totalmente ocupados e os outros sete, que atendem convênios e particulares, estão quase assim. Nunca estivemos tão próximos de um colapso no sistema da saúde, tanto público quanto privado. Estamos no limite de nossas forças e é fundamental que a população realmente colabore para impedir que isso aconteça”, alerta.