SPM e Patrulha Maria da Penha firmam parceria com Embaixada Solidária

O Dia da Mulher (08 de março) teve várias nuances em Toledo. Marcado como um dia de luta por direitos humanos, combate às violências e desigualdades, também comemora-se todos os avanços já conquistados e a valorização da mulher como um todo. 

Uma das ações que marcou a data em Toledo foi a parceria firmada entre a Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM), a Patrulha Maria da Penha (PMP) e a Embaixada Solidária para garantir a vida e o direito de todas as mulheres, independente delas serem brasileiras ou imigrantes, às políticas públicas disponíveis no município.

“Nós estamos construindo essa rede de proteção para que essas mulheres tenham um apoio jurídico, social, psicológico, pois a vida vem em primeiro lugar e temos que proteger a vida de todas as mulheres”, afirmou a secretária da SPM, Jennifer Thays Chagas Teixeira. 

Cada instituição/membro dessa rede de proteção terá seu papel. A Patrulha Maria da Penha com o acompanhamento das medidas protetivas de urgência; a Secretaria de Políticas para as Mulheres vem com os atendimentos e orientações psicossociais; e a Embaixada Solidária proporcionando o acesso dessas mulheres que estão em situação de violência, além de contribuir com a questão da linguagem. 

“Hoje, o maior desafio que encontramos no atendimento com as mulheres estrangeiras é justamente na área da linguagem. A dificuldade em estabelecer um diálogo confiável é muito grande”, aponta a secretária da SPM. 

A Embaixada Solidária é responsável por todo o acompanhamento jurídico, social, inclusive de benefícios, quando a mulher encontra-se em uma situação de vulnerabilidade.

“Hoje a Embaixada faz a maioria dos atendimentos das mulheres imigrantes, é a nossa maior porta de entrada. A partir deste momento vamos estabelecer alguns fluxos para garantir nosso objetivo principal, que é a vida das mulheres, bem como a garantia de que tenham acesso às políticas públicas”, acrescentou Jennifer Teixeira. 

Público estrangeiro

A presidente da Embaixada Solidária, Edna Nunes, estima que haja aproximadamente quatro mil estrangeiros residindo em Toledo e algumas cidades vizinhas. Destes, estima-se que 1,8 mil sejam mulheres. O objetivo da instituição é dar voz e evitar que direitos humanos sejam violados em virtude da dificuldade de comunicação das estrangeiras. 

“Quando não se fala o idioma, ela passa por todas as violências quieta, pois não tem nem como buscar ajuda, principalmente no serviço público”, mencionou a presidente. 

Idioma

A Embaixada Solidária firmou o compromisso de oferecer tradutores e também curso de idiomas para servidores das diversas secretarias envolvidas na rede de proteção. “Vamos disponibilizar tradutores de confiança também, assim, se houver necessidade, elas ficarão mais à vontade para expor o que está acontecendo”, acrescentou Edna. 

A assessora jurídica da Embaixada Solidária, Eliziane Alonço dos Reis, salientou que os estrangeiros em geral não apresentam problemas de violência contra a mulher. Também esclareceu que os atendimentos não são exclusivos à mulheres estrangeiras. 

“Alguns homens, sejam brasileiros ou estrangeiros, acham que as nossas leis não se aplicam para defender a mulher estrangeira. Eles se enganam, pois a Lei Maria da Penha, por exemplo, é igual para todo mundo. Além disso, não é característica do estrangeiro ser violento”, comentou a assessora jurídica.

A GM Cleonice Vilela, integrante da Patrulha Maria da Penha em Toledo, pontuou que “quanto mais parcerias e mais pessoas na rede de proteção, melhor o resultado dos serviços prestados, principalmente para as mulheres estrangeiras, neste caso”.

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