Pesquisa de satisfação apresenta perfil dos frequentadores dos RPs de Toledo

Acaba de ser apresentado o estudo mais detalhado já realizado a respeito dos perfil dos usuários dos oito restaurantes populares (RPs) de Toledo. Coordenada pela nutricionista Vanesa Gesser Correa, que contou com o suporte das estagiárias de Nutrição Milena Klein e Jessica Kvieczynski, a pesquisa de satisfação ouviu 236 frequentadores destes espaços entre 25 de agosto e 20 de setembro – a margem de erro do levantamento é de 5 pontos percentuais (p.p.) para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 90%.

Além de avaliar o perfil socioeconômico dos usuários (sexo, idade, escolaridade e renda mensal familiar per capita), algo que já tinha sido feito em pesquisas anteriores, a pesquisa incluiu questões relacionadas à saúde e alimentação. “Essa pesquisa é essencial para que a gente possa entender quem é o nosso público, quais são suas demandas e qual a avaliação destas pessoas a respeito dos nossos serviços. A novidade deste ano foram as questões sobre hábitos alimentares e doenças relacionadas a eles, como hipertensão e diabetes”, explica Vanessa. “Oferecemos uma refeição completa, baseada em arroz, feijão, uma guarnição, carne e saladas, com quantidades moderadas de sal e gordura. Portanto, além de servirem refeições, os restaurantes populares são espaços de promoção da saúde das pessoas que se utilizam deles”, salienta.

A nutricionista pontua que a pesquisa também teve o objetivo de avaliar o nível de satisfação dos usuários quanto à qualidade das refeições servidas, da estrutura física dos RPs e do serviço prestado pelos colaboradores destes espaços, incluindo aí questões “abertas”, nas quais poderiam ser feitos comentários, sugestões, elogios e críticas. “Nos depoimentos, nós entendemos que somos muito bem avaliados pela limpeza, pela estrutura, pelo atendimento, mas que também fomos bem avaliados porque a gente acaba oferecendo para essa população uma refeição completa. Nós tivemos depoimento de pessoas que disseram que em casa eles não consomem carne todos os dias, pois têm dificuldade em adquirir este produto. Outras ainda relataram que, sem a refeição no Restaurante Popular, elas não consumiriam legumes e verduras”, observa. “Esses dados reforçam a necessidade de um trabalho que pretendemos iniciar o quanto antes no sentido de conscientizar a população quanto aos hábitos alimentares. Percebemos que muitas pessoas não se preocupam com o assunto, embora muitas saibam o que devem fazer ainda têm dificuldades em aplicar do dia a dia”, analisa.

O gestor do Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional de Toledo, Luiz Carlos Bazei, vê este levantamento como um “divisor de águas” nas políticas públicas desta área. “Foi dado o pontapé inicial para fazermos o trabalho de educação alimentar focado no objetivo de gerarmos uma qualidade de vida melhor à comunidade por meio de refeições balanceadas. Os restaurantes populares já fazem a sua parte, mas queremos que todos, em suas casas, tenham condições de adquirir e utilizar da melhor forma os gêneros alimentícios mais nutritivos”, comenta.

Principais conclusões

Confira abaixo os principais “achados” da pesquisa de satisfação promovida pela nutricionista Vanesa Gesser Correa e as estagiárias de Nutrição Milena Klein e Jessica Kvieczynski. Foram ouvidos 236 frequentadores dos oito restaurantes populares de Toledo entre 25 de agosto e 20 de setembro – a margem de erro do levantamento é de 5 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 90%. Os dados abaixo referem-se ao levantamento geral, contudo este também foi setorizado para cada uma das unidades dos RPS: Gisela, Coopagro, Panorama II, Paulista, Boa Esperança, Europa, Independência e São Francisco.

PERFIL SOCIOECONÔMICO DOS ENTREVISTADOS

Sexo – Masculino, 63%;Feminino, 37%.

Idade – Até 18 anos, 4%; de 19 a 25, 6%; 26 a 35, 12%; de 36 a 59, 38%; >60, 40%.

Escolaridade – Não alfabetizado, 5%; Ensino Fundamental, 41%; Ensino Médio, 40%; Ensino Superior, 14%.

Renda mensal familiar per capita Sem rendimento, 3%; até 1 salário mínimo (SM), 15%; de 1 a 2,5 SMs, 63%; de 2,5 a 4,5 SMs, 16%; >4,5 SMs, 3.

HÁBITOS DE CONSUMO

Tempo que frequenta os RPs – Menos de 6 meses, 17%; De 6 meses a 1 ano, 16%; Mais de 1 ano, 67%.

Periodicidade de frequência dos RPs – 4 a 5 dias por semana, 60%; 2 a 3, 23%; 1, 7%; esporadicamente, 10%.

Fatores que influenciam o usuário a frequentar o RP – Preço, 75%; Alimentação saudável/boa, 41%; proximidade da casa ou do trabalho, 37%; não precisar cozinhar, 30%; rapidez, 25%; limpeza do local, 7%.

DADOS RELACIONADOS À SAÚDE ALIMENTAR

Prevalência de doenças nos usuários dos RPs – Hipertensão, 37%; diabetes, 18%; colesterol alto, 15%; triglicerídio alto, 11%; nenhuma das doenças mencionadas, 50%.

Refeições realizadas frequentemente – Café da manhã, 80%; lanche da manhã, 28%; almoço, 99%; lanche da tarde, 56%; janta, 79%; ceia, 14%.

Frequência com que se preocupa em se alimentar de forma saudável – Sempre, 58%; às vezes, 29%; nunca, 13%.

Frequência com que se preocupa com a quantidade de alimentos que consome – Sempre, 44%; às vezes, 29%; nunca, 27%.

Menções relacionadas ao entendimento dos entrevistados sobre itens que compõem uma alimentação saudável – Não soube falar, 5%; não comer frituras, 5%; não comer industrializados; 6%; consumir menos carboidratos, 6%; ingerir carnes e proteínas, 10%; comer de tudo um pouco ou comer pouco, 17%; comer arroz e feijão, 18%; ingerir pouco açúcar, sal e gordura, 19%; consumir frutas, verduras e legumes, 55%.

AVALIAÇÃO DOS RESTAURANTES POPULARES

Limpeza – Ótimo, 60%; Bom, 40%.

Qualidade da refeição – Ótimo, 54%; Bom, 43%; Regular, 3%.

Atendimento dos funcionários – Ótimo, 71%; Bom, 28%; Regular, 1%.

Quantidade da comida servida na bandeja – Suficiente, 93%; Regular, 6%, Insuficiente, 1%.

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