Escola Princesa Isabel, de Dois Irmãos, comemora 70 anos de atividades

Lembrado nesta terça-feira (14), aniversário foi celebrado com presenças ilustres, apresentações de alunos, homenagens e o tradicional corte do bolo

A comunidade do distrito de Dois Irmãos está em festa! Neste 14 de março recorda-se o aniversário de 70 anos de fundação da Escola Municipal Princesa Isabel, um dos mais antigos estabelecimentos de ensino em funcionamento em Toledo. Para marcar esta data, uma grande solenidade foi preparada pela equipe pedagógica e pelos alunos da escola, que convidaram lideranças políticas e comunitárias, além de ex-alunos e ex-funcionários do espaço, para um evento histórico realizado na manhã desta terça-feira. 

Nos últimos dias, alunos de todas as turmas (do Infantil 4 ao 5º ano do Ensino Fundamental) envolveram-se em atividades como pesquisa de fotos que foram expostas ao lado de transcrições de entrevistas com alunos das primeiras turmas da escola, construíram maquetes das estruturas antiga e atual do estabelecimento e fizeram, por meio de desenhos, releituras de fotos de fatos e pessoas importantes da história da Princesa Isabel. Além disso, eles fizeram apresentações de música, de poema lido em jogral e de cartazes com fotos em grande escala dos momentos mais importantes.

Em todo este conteúdo estão narradas páginas importantes desta história de 70 anos: sob patrocínio da Indústria Colonizadora Madeireira Rio Paraná (Maripá), teve início, de maneira oficial, em 14 de março de 1953, as atividades da escola em um imóvel pertencente à Igreja Católica Apostólica Romana; a instituição de uma sede própria em 1956, a qual, em 1974, foi substituída por uma casa de alvenaria; a inclusão da educação infantil em 1998; e o retorno das atividades em 2013, após ter se tornado, três anos antes, uma extensão da Escola Tomé de Souza, do vizinho distrito de Vila Ipiranga.

Atualmente, a escola tem 40 alunos de 34 famílias matriculados em turmas de Educação Infantil e Ensino Fundamental I (1º ao 5º ano), que funcionam no período matutino. À tarde, a mesma estrutura é utilizada pela Escola de Campo Edwino Scherer, que disponibiliza o Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano).

Ao final da solenidade, um chaveiro personalizado para a data foi entregue como lembrança aos presentes. Quem ficou até o fim, pôde experimentar a fatia de um delicioso bolo cujas velas foram apagadas por Flávio Scherer e Ademir Albino Finkler, representantes da turma de 1953, a primeira da escola.

Recordações e conquistas

Páginas importantes da história da Princesa Isabel e a importância da educação foram os temas centrais dos discursos das autoridades que compuseram a mesa de honra. Participaram desta o prefeito Beto Lunitti; a secretária da Educação, Marli Gonçalves Costa; a presidente da Associação de Pais e Mestres (APM), Sandra Siebeneichler Poersch; a presidente do Conselho Escolar, Carla Strieder; o membro do Conselho Estadual de Educação (CEE) e ex-aluno, Flávio Scherer, e os vereadores Leoclides Bisognin, Valdir Rossetto e Olinda Fiorentin, autora da moção de aplauso em alusão ao 70º aniversário da escola aprovada pelos seus pares e entregue à diretora Deisi Elisa Beuter Knapp.

Flávio falou sobre a emoção de retornar à escola por onde iniciou sua caminhada no mundo acadêmico e profissional. “Sinto uma grande emoção por estar aqui e por saber que meus colegas daquela época não se esqueceram de onde vieram. Eu trago aqui um grande abraço do meu irmão [Dom Odilo Scherer, cardeal e arcebispo de São Paulo], que hoje está à frente da segunda maior arquidiocese do mundo, que também estava comigo na primeira turma da Princesa Isabel”, relata. “Ele, eu, minha irmã Inês e todos os colegas da época seguiram por vários caminhos, mas é inegável o papel da educação para o desenvolvimento deles e de Toledo, um processo que acompanhei de perto, quase sempre na condição de pioneiro. Fiz parte também da primeira turma do Colégio La Salle e da UEL [Universidade Estadual de Londrina], fiquei responsável por organizar a abertura da Facitol [Faculdade de Ciências Humanas Arnaldo Busatto], integrei a primeira Reitoria da Unioeste [Universidade Estadual do Oeste do Paraná] e fui o primeiro presidente do Conselho Municipal da Educação. Em todas estas funções lutei para a manutenção e a melhorias das estruturas de ensino, pois entendo que uma escola, um colégio ou uma faculdade são indutores de desenvolvimento humano e isso não tem preço”, destaca o conselheiro.

A secretária da Educação destacou o protagonismo que pais e professores têm na formação das crianças. “Nosso trabalho está sendo desenvolvido em torno do tripé estrutura físico-tecnológica/material didático/formação docente e a eficiência de tudo que está sendo investido depende muito do ambiente doméstico dos nossos alunos. A mudança começa em casa e acontece a partir do momento em que entendemos que nada vem de graça. As coisas boas, como educar bem uma criança e vê-la se tornar uma boa cidadã, requerem esforço”, comenta Marli.

Beto salientou o caráter comemorativo do evento. “Temos aqui reunidos muitas alegrias e muitos saberes, os quais têm sido potencializados pelos investimentos em tecnologias que estamos fazendo em todas as escolas da rede municipal. Estamos fazendo tudo isso pensando no futuro, mas hoje é momento de celebrar esse aniversário de 70 anos desta escola, que quase deu, em 2013, ao Brasil e à América Latina o seu primeiro papa, pois Dom Odilo era forte candidato ao posto hoje ocupado por Francisco. Mas daqui saíram pessoas excepcionais, como o saudoso Dom Irineu, primo de Odilo e Flávio, que nos deixou em 2016, quando liderava a Diocese de Joinville. O exemplo da família Scherer é um entre tantos de como esta escola preparou e tem preparado cidadãos para ocupar os cargos mais importantes da nossa sociedade”, comenta. “Não posso de falar da Princesa Isabel, figura que dá nome a esta escola e que entrou para a História como aquela que assinou a Lei Áurea, que aboliu, de forma oficial, a escravatura em nosso país. É com este espírito libertador que temos conduzido as políticas públicas em educação no nosso município, conferindo-lhe também um caráter de inclusão e encantamento. É uma tarefa árdua, mas, em momentos festivos como este, precisamos celebrar. Saí de casa de terno e gravata com esta intenção, pois sei o quanto esta escola já fez e ainda fará pelo nosso município”, sublinha.

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