O RenovaPR completa dois anos de lançamento com a marca de 6.662 projetos de energia sustentável instalados em propriedades rurais do Paraná, subsidiados pelo Banco do Agricultor Paranaense. O programa apoia as famílias de produtores rurais na implantação de um sistema próprio para geração de energia, seja por meio de placas solares para gerar energia elétrica ou pelo processamento de biomassas para a produção de biogás e biometano. Para celebrar o aniversário, o governador Carlos Massa Ratinho Junior veio a Toledo nesta sexta-feira (15) para inaugurar o sistema de biogás e biometano instalado na Granja Angst.
Dentro da programação, o governador foi recepcionado pelo prefeito Beto Lunitti e demais lideranças, entre elas o vice-prefeito Ademar Dorfschmidt e o presidente da Câmara de Vereadores Dudu Barbosa. “É uma satisfação ter nosso município escolhido para este momento, pois o mercado para as energias renováveis está aberto, no Brasil e no mundo. É uma solução ambiental, social e econômica”, destacou.
Lunitti ainda lembrou que o Paraná é um terreno fértil e Toledo, por ser o maior produtor de suínos do Paraná, quer ser protagonista neste novo momento. “Governador, você junto com os seus pares, estão desenvolvendo processos fundamentais para a solução de uma das maiores dificuldades do produtor que é o passivo ambiental e trazendo uma solução energética, transformando um problema em fonte de renda”. O gestor toledano ainda disse que esse programa poderá tornar a Região Oeste autossustentável em energia nas próximas duas décadas ou três.
Sobre o sistema inaugurado, a estrutura fica na propriedade de Maria e Emílio Angst. Os produtores trabalham há 20 anos na criação de suínos e na atividade leiteira e vão investir R$ 1,3 milhão na instalação de um biodigestor, com recursos do Plano Safra financiados pelo Banco do Brasil e suporte técnico do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná). “Era isso que tínhamos em mente quando criamos o RenovaPR, incentivar os agricultores paranaenses a serem autossustentáveis em energia, o que reduz os custos, permite ampliar a produção e agrega valor aos produtos”, disse Ratinho Junior. “O potencial é tão grande que temos aqui no Oeste do Paraná um novo pré-sal. Por isso, precisamos organizar essa geração de biogás, junto com os pequenos produtores, e integrar os sistemas para passar a comercializar esse combustível para as cooperativas, as empresas, além de utilizar nos próprios veículos das propriedades”.
Paraná avança – O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, destacou ainda que essa alternativa também possibilita ampliar a produção suína no Paraná, que é o segundo maior produtor nacional nessa cadeia – foram produzidas 5,9 milhões de unidades ao longo dos seis primeiros meses do ano, recorde para o período. Isso porque ao fazer a destinação correta dos resíduos, os produtores são autorizados a criar um número maior de animais. “Nós renovamos essa política para ampliar o subsídio aos agricultores que implantarem sistemas de autogeração de energia, bancado 100% dos juros para a agricultura familiar. Já tivemos uma grande adesão de energia solar, e agora queremos crescer com o biogás, porque somos grandes geradores de dejetos orgânicos”, disse Ortigara.
Presenças – Participaram da solenidade o vice-prefeito de Toledo, Ademar Dorfschmidt; o presidente da Câmara Municipal, Dudu Barbosa; o secretário estadual do Turismo, Marcio Nunes; os presidentes do IDR-Paraná, Natalino Avance de Souza; da Adapar, Otamir Martins; da Ceasa-PR, Éder Bublitz; da Cohapar, Jorge Lange; da Cooperativa Primato, Anderson Sabadin; os deputados federais Dilceu Sperafico e Elton Welter; os deputados estaduais Marcel Micheletto e Gugu Bueno; e prefeitos da região.
Sobre a usina da Família Angst – Além da economia, o novo sistema de biogás instalado na propriedade de Maria e Emílio Angst, que tem apenas três hectares, também vai ajudá-los a resolverem um passivo ambiental. A geração de biogás utiliza o dejeto dos animais que são criados no sítio e que, até então, precisavam ser destinados a outros locais para o descarte, gerando um custo médio de R$ 6 mil por mês. Com a nova estrutura, o Instituto Água e Terra (IAT) concedeu uma nova licença aos proprietários, autorizando a ampliação da produção. Agora, eles têm capacidade para criar 7,8 mil porcos de uma vez, mais do que quatro vezes a capacidade anterior, de 1,7 mil suínos. O rebanho de vacas leiteiras será mais que triplicado, passando de 28 para 100 animais. Além disso, o casal também vai introduzir a piscicultura no sítio, com a previsão de oferecer ao mercado cerca de 48 toneladas de peixes por ano.
Pelos cálculos de Emílio Angst, entre três e cinco anos todo o investimento que foi feito na propriedade deve se pagar, porque a ampliação da produção deve multiplicar por 3,5 vezes sua renda bruta.
Sanção de lei – Durante a cerimônia o prefeito Beto Lunitti sancionou a Lei Nº 2.654/2023 autorizando a doação de imóvel, com encargos, ao Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR). O imovel fica localizado próximo ao Sindicato Rural de Toledo, na Grande Coopagro, e servirá para a instalação da sede própria do órgão.
Texto: Prefeitura de Toledo com informações da Agência Estadual de Notícias
Fotos: Ricardo Morante e Fábio Ulsenheimer/Prefeitura de Toledo