Encontro avalia mobilizações recentes de combate à dengue em Toledo

Integrantes de comitê intersetorial estiveram reunidos na tarde desta terça-feira (6) no Centro Municipal de Controle de Endemias e planejaram as próximos ações

As mobilizações de combate à dengue realizadas recentemente  – como os Ecopontos Itinerantes no Jardim América e no Jardim Fachini – foram apresentadas e avaliadas na reunião ordinária do Comitê Municipal Intersetorial de Combate à Dengue, Chikungunya e Zika Vírus de Toledo. Durante o encontro, realizado na tarde desta terça-feira (6), na sede do Centro Municipal de Controle e Endemias também teve o objetivo de definir quais ações que serão tomadas para mitigar os efeitos de um quadro epidemiológico que caminha, a passos largos, rumo a uma epidemia.

Os dados justificam a preocupação: de 1º de agosto de 2023 (início do atual ano epidemiológico) até a última sexta-feira (2), 1.452 pessoas já procuraram os sistemas público e privado de saúde com sintomas típicos de dengue (dor de cabeça, febre, manchas avermelhadas pelo corpo, entre outros) – destas, 323 testaram positivo, 506 aguardam resultado dos exames, que deram negativo em 623 casos. Em uma, o número de confirmações da doença cresceu 65,64% (eram 195 em 26/01/2024).

Outro ponto que chama a atenção é a quantidade de casos acumulados desde o início do ano epidemiológico. Em 2022, o patamar atual só foi atingido na primeira quinzena de abril; no ano passado, entre o fim de abril e o começo de maio. “Nem na pior epidemia que tivemos até hoje, no início de 2021, havia números tão altos assim no início de fevereiro. Sendo assim,queremos que todas as entidades, empresas e órgãos públicos, integrantes ou não deste comitê, conversem com seus públicos sobre este assunto. Deve ser a prioridade zero neste momento em que os casos de dengue não param de crescer. No que for preciso, estamos à disposição para ir a estes lugares e darmos as orientações necessárias”, assegura a coordenadora do Setor de Controle e Combate às Endemias e secretária do comitê, Lilian König, reforçou que a solução para este problema é uma construção coletiva. “O Aedes aegypti está mais resistente e causando sintomas mais intensos nos pacientes infectados, o que está causando impactos na saúde privada e até na economia como um todo. Digo e repito: o grande problema está dentro da casas e quintais das pessoas, não em terrenos baldios. É o vaso de planta, a própria planta que retém água em suas folhas, o local onde os animais tomam água, entre muitos outros exemplos além dos tradicionais, como garrafas e pneus”

A secretária de Saúde e presidente do comitê, Gabriela Kucharski, comentou que a pasta tem focado suas ações no combate à dengue. “Nas últimas semanas temos nos envolvido em diversas ações, bem como participado de reuniões e entrevistas em órgãos de imprensa para tratarmos deste assunto. As pessoas estão dispostas a nos ouvir, mas é fundamental que todos façam sua parte, pois as notificações da doença estão se espalhando por todos os bairros. O cenário é nada animador, tanto que reforçamos os estoques de soro para hidratação e de paracetamol e, no fim deste mês, assim que as reformas da unidade de saúde da Paulista ficar pronta, vamos montar ali uma unidade sentinela exclusiva para pacientes com sintomas de dengue, ocasião em que, diante da situação de emergência, pretendemos contratar colaboradores por meio de PSS [processo seletivo simplificado]”, anuncia. “Os prontos atendimentos do nosso município estão trabalhando muito próximos do limite de sua capacidade operacional, que é, somados, de 600 pacientes por dia. Nesta segunda (5) foram 607. Precisamos que todos nos ajudem para que esta situação não se agrave, para que as filas de espera na UPA ou no PAM não sejam tão grandes, que todo o sistema não entre em colapso por falta de cuidados da população”, pontua.

A fala da titular foi corroborada pela da coordenadora-geral da pasta, Raquel Wammes Schwab. “Só as ações do município não bastam. Sem o apoio da população, não vamos conseguir vencer essa situação que beira à epidemia. Se o Aedes não tiver lugar, não tem como ele se reproduzir. E os cuidados precisam ser mais rigorosos, pois este mosquito, nos últimos anos, tem se adaptado a ambientes insalubres, como fossas sépticas, caixas de gordura e tonéis com água suja”, observa. “Reforço o pedido da Lilian para que vocês, em seus espaços de trabalho ou estudo, falam e façam alguma coisa para nos ajudar neste combate e compartilhem conosco na próxima reunião do comitê. Mesmo não tendo chegado ao ápice, já estamos com nossos pronto-socorros trabalhando quase no limite”, destaca.

Sesc

O diálogo interinstitucional promovido pelo governo municipal com entidades, clubes de serviço, instituições de ensino e denominações religiosas a respeito do tema também foi tratado durante o encontro. Um dos grandes parceiros neste combate tem sido o Serviço Social do Comércio (Sesc), que lançou recentemente a campanha “Aqui o Mosquito Não Entra!”

Os detalhes sobre a iniciativa, que será realizada entre janeiro e abril e terá o objetivo de eliminar focos e criadouros do Aedes aegypti por meio de trabalhos de prevenção que, devidamente registrados e encaminhados para o aplicativo desenvolvido para a campanha, acumula pontos que podem render prêmios aos participantes. Todos estes detalhes foram apresentados pela técnica de atividade da unidade Toledo da entidade, Georgett Ribeiro Zancanaro. “É uma competição saudável entre municípios, entidades e amigos, contribuindo com o poder público na prevenção à dengue, envolvendo e informando de forma divertida a respeito do assunto. Quem baixar o aplicativo, pode cadastrar fotos com antes e depois de locais que são ou com potencial de serem criadouros para o mosquito. Em três anos de campanha, realizamos a eliminação de 325.625 focos”, pontua.

Próximas ações

O vice-presidente do comitê e secretário do Meio Ambiente, Junior Henrique Pinto, convidou os presentes a participarem nesta sexta-feira (9) do Plano de Ação Arroio Marreco, na região da Vila Industrial. Na ocasião, os agentes de combate a endemias (ACEs) trabalharão de forma complementar, visitando os imóveis do entorno a fim de averiguar possíveis focos de Aedes aegypti

Para o próximo dia 17 (sábado) está programado o terceiro Ecoponto Itinerante do ano nos bairros Bressan e Cesar Park. As associações comunitárias dos dois bairros darão apoio à iniciativa, que contará com moradores, estudantes do Colégio Estadual Dario Vellozo e integrantes do projeto Mãos que Ajudam (A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias) entre os voluntários. 

Para a manhã do próximo dia 24 (sábado) o comitê planeja um movimento coletivo que consistirá em uma marcha na qual defensores da causa andarão por lugares com grande movimentação de pessoas, provavelmente na área central. Na ocasião, os participantes levarão faixas e cartazes com mensagens de conscientização. 

A próxima reunião do Comitê Municipal Intersetorial de Combate à Dengue, Chikungunya e Zika Vírus de Toledo foi marcada para 12 de março (terça-feira). Será  às 14h, no Centro Municipal de Controle e Endemias.

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