O Aeroporto Municipal Luiz Dalcanale Filho, em Toledo, é tema de debates e diferentes interpretações. Porém, é fundamental que todos compreendam que a operação deste espaço exige um olhar especial. Um debate que precisa ser pautado em fatos.
Nesta série de cinco reportagens, reunimos informações essenciais para esclarecer o papel estratégico do aeroporto e os impactos de suas atividades no desenvolvimento de Toledo e região. Cada episódio desta série explora aspectos-chave que abordam a importância do aeroporto para a economia local e os desafios para manter sua regularidade, além das ações em andamento e as perspectivas para o futuro.
Para acompanhar a série desde o início, confira aqui o capítulo anterior.
Capítulo 3 – A operação atual e seus impactos para Toledo
Apesar da ausência de voos comerciais regulares, o Aeroporto de Toledo mantém operações essenciais que impactam diretamente a população e o desenvolvimento econômico da região. Toledo, como polo de saúde e sede da 20ª Regional de Saúde, composta por 18 municípios onde, somados, residem 434.289 habitantes, depende dessa infraestrutura para garantir agilidade em emergências médicas.
Importantes instituições como o Hospital Bom Jesus, o Hospital Regional de Toledo, as Unidades de Pronto Atendimento, entre outras, são atendidas. O transporte aeromédico também permite o translado de órgãos entre hospitais de diferentes regiões.
Além disso, o aeroporto segue ativo para voos privados e executivos, facilitando o deslocamento rápido e eficiente em áreas distantes e promovendo a conectividade e o desenvolvimento regional, fundamentais para empresários e investidores que operam na região. Oito empresas garantem a operação regular na estrutura, que pode manter em segurança 17 aeronaves turboélices e turbojatos em 10 hangares fechados, movimentando a economia local. A capacidade de receber aeronaves de diferentes modelos também atrai investimentos e turismo, impulsionando a geração de empregos.
As condições geográficas pesam a favor do Aeroporto Municipal Luiz Dalcanale Filho. Entre elas, a direção preponderante do vento, a localização e a altitude tornam-no muito mais seguro para os processos de pousos e decolagens em situações climáticas adversas. Nesta terça-feira (18), dois voos que estavam programados para aterrissar em Cascavel foram desviados para Toledo em razão da forte chuva que acometeu ambos municípios. Este ambiente operacional de maior estabilidade e confiabilidade é um ponto defendido e reforçado por pilotos de aeronaves que operam na região.
Também opera no local a escola de aviação Aeroeste – Aeroclube de Toledo, um dos únicos três aeroclubes do Oeste do Paraná. Em 2025, a entidade completa 30 anos, tendo formado mais de 3.500 pilotos neste período.
Entre eles está Geane Sabec Zanutto, pilota há 14 anos da Azul que atualmente é comandante de aeronaves de grande porte (Airbus A320 e A321). “Iniciei minha trajetória bastante cedo, retirei meu brevê quando tinha 18 anos de idade e essa paixão por voar me levou para Porto Alegre, onde me formei em Ciências Aeronáuticas. Se hoje estou numa das maiores companhias aéreas do Brasil, meus instrutores do Aeroclube tiveram uma parte absurdamente importante na minha formação, como piloto e como pessoa”, recorda.
O aeroporto também tem sido utilizado como um ponto de apoio estratégico para operações militares e emergenciais. A possibilidade da presença de voos militares no aeroporto contribui para a segurança nacional e fortalece a infraestrutura de defesa do país.
Segundo o diretor do Aeroporto de Toledo, Vinícius Ayres, a prioridade é manter o espaço operando com total segurança e eficiência. “Mesmo sem voos comerciais regulares no momento, continuamos garantindo serviços fundamentais para a cidade e para a região. Com isso, um aeroporto regional bem estruturado se torna um hub vital para a mobilidade e o progresso da região, melhorando a qualidade de vida e promovendo o desenvolvimento econômico e social”, analisa.
“Esse fluxo constante de operações demonstra a importância de manter o aeroporto em condições ideais de funcionamento, reforçando seu papel como um vetor de desenvolvimento. E, ao garantir que nossa infraestrutura continue ativa, Toledo se mantém na rota da aviação executiva e especializada”, complementa.
A manutenção do Aeroporto Municipal, pela Prefeitura de Toledo, garante estes serviços:
• Transporte aeromédico, na sede da 20ª Regional de Saúde, que atende a 18 municípios;
• Empresas que operam com aviação comercial e executiva, e contribuem com o desenvolvimento econômico do município e região;
• Manutenção do Aeroclube de Toledo, que é uma referência em formação de pilotos há 30 anos;
• Suporte a todos os aeródromos da região com uma estrutura superior para operações em adversidades climáticas;
• Operações militares e emergenciais.
