Embaixada Solidária: Feita a Mão e por Mulheres

Apesar de muito importantes, homens ainda são minoria entre os voluntários e público feminino chega a 90% da força tarefa diária da entidade.

Uma história de força, acolhimento e transformação liderada por mulheres para atender outras mulheres que precisam atravessar o mundo para recomeçar suas vidas.

Em um mundo marcado por crises humanitárias, migrações forçadas e desigualdades, a Embaixada Solidária surge como um farol de esperança e determinação. Um trabalho manual, diário e sem manual. Cada nova nacionalidade, uma descoberta. Localizada em Toledo, no Paraná, a organização é um exemplo de como a força feminina pode transformar realidades e construir pontes de solidariedade. Fundada e mantida majoritariamente por mulheres, a Embaixada Solidária é, acima de tudo, um legado de coragem, empatia e persistência. A entidade funciona apenas com doações, sem proventos governamentais.

Tudo começou em 2014, quando a jornalista Edna Nunes percebeu a necessidade urgente de acolher e apoiar migrantes e refugiados que chegavam à região Oeste do Paraná. Edna reuniu um grupo de pessoas dispostas a fazer a diferença. Assim, nascia a Embaixada Solidária, uma organização que hoje é referência nacional e internacional no trabalho humanitário.

Desde o início, a força feminina esteve no centro dessa jornada. São 90% das voluntárias diretas – mulheres que dedicam seu tempo, talento e energia para garantir que migrantes, refugiados e apátridas tenham acesso a direitos básicos, oportunidades dignas e, principalmente, um abraço de acolhimento e amor. No entanto, é importante destacar que muitos homens também apoiam e fortalecem a causa, contribuindo com suas habilidades e comprometimento para ampliar o impacto do nosso trabalho.

Mulheres na Migração: A migração é um fenômeno que envolve milhões de pessoas em todo o mundo, e as mulheres representam uma parcela significativa desse movimento. Segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM), cerca de 48% dos migrantes internacionais são mulheres. No Brasil, esse cenário não é diferente. De acordo com o Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra), as mulheres compõem aproximadamente 45% do fluxo migratório no país, com destaque para as comunidades haitianas, venezuelanas e de países africanos.

Essas mulheres enfrentam desafios únicos, como violência de gênero, exploração laboral, barreiras linguísticas e discriminação. Muitas delas migram sozinhas, carregando a responsabilidade de sustentar suas famílias e garantir um futuro melhor para seus filhos.

Mulheres que Transformam Vidas – A Embaixada Solidária é um verdadeiro exemplo de ação. As mulheres que compõem a organização são mães, filhas, profissionais e sonhadoras que acreditam no poder da solidariedade. Elas coordenam projetos, oferecem atendimento psicológico, organizam bazares, ensinam costura, traduzem documentos e, acima de tudo, ouvem e acolhem histórias de dor e superação.

Entre os projetos liderados por essas mulheres, destacam-se:

  • Mundo em Retalhos: Capacita mulheres migrantes em costura industrial e criativa, promovendo autonomia econômica e inclusão social.
  • Talan Ancestrale: Preserva a cultura haitiana por meio da dança, empoderando meninas e jovens mulheres.
  • Evena – Mães pelo Mundo: Oferece suporte integral a gestantes migrantes, garantindo cuidados essenciais e reduzindo a mortalidade materno-infantil.
  • Geraldine: Uma iniciativa da Embaixada Solidária contra o tráfico de pessoas e também ao trabalho análogo a escravidão.
  • Recomeçar: O Projeto formar uma rede de apoio que possa auxiliar no recomeço dos migrantes e refugiados e apátridas. Isso envolve desde o auxilio com as doações iniciais, até mesmo o auxilio na retomada da profissão e outros avanços.

A Força Feminina na Migração – As mulheres migrantes atendidas pela Embaixada Solidária são exemplos vivos de resiliência. Muitas delas deixaram seus países fugindo de conflitos, violência ou perseguições, carregando consigo não apenas suas histórias, mas também a esperança de um recomeço. No entanto, ao chegarem ao Brasil, enfrentam desafios como barreiras linguísticas, discriminação, violência de gênero e invisibilidade social.

Na Embaixada Solidária, essas mulheres encontram um espaço seguro para reconstruir suas vidas. Por meio de projetos como o Tradução Solidária, que elimina barreiras linguísticas em hospitais e delegacias, e o PARATODOS, que promove a economia solidária, elas são empoderadas para se tornarem protagonistas de suas próprias histórias.

A Embaixada Solidária é, em sua essência, feita a mão e por mulheres. Desde sua fundação até sua operação diária, são as mulheres que mantêm viva a chama da solidariedade. Elas são a força motriz por trás de cada projeto, cada atendimento, cada vida transformada. A Embaixada Solidária convida você a fazer parte dessa jornada. Seja por meio de doações, voluntariado ou simplesmente compartilhando nossa mensagem, juntos podemos garantir que nenhuma mulher esteja sozinha.

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