Se logo depois da chegada dos primeiros desbravadores, em meados da década de 50, Toledo já contava com bem situada pista de pouso, utilizada por diversas empresas de aviação, com linhas comerciais de passageiros e cargas, no século 21, na era do mercado globalizado, o transporte aéreo se tornou ainda mais importante e decisivo, especialmente para município produtor e exportador de alimentos, além de centro universitário, industrial e tecnológico.
Conforme o prefeito Lúcio de Marchi, para superar as dificuldades da falta de estradas, especialmente pavimentadas, pontes e balsas para a movimentação de pessoas e escoamento de produtos agropecuários, em fevereiro de 1952, por iniciativa de lideranças e dirigentes da Colonizadora Maripá, que também cedeu o terreno para a obra, foi construída a primeira pista do aeroporto local, ainda na mata fechada, nas margens da atual rodovia que liga Toledo a Palotina.
Para executar a obra, foram mobilizados funcionários da empresa e pessoas da comunidade, que utilizando equipamentos como tratores e máquinas trabalharam 52 horas ininterruptas na limpeza e terraplenagem da pista, cujo solo foi compactado em seguida por caminhões carregados com toras de madeira.
Como foi construída em área plana e com direcionamento Norte-Sul, como são os ventos predominantes na região, com geografia e clima favoráveis, a pista permanece aberta para pousos e decolagens praticamente todos os dias do ano, pois segundo especialistas trata-se do segundo aeroporto melhor localizado do País, perdendo apenas para Ilhéus, na Bahia.
Segundo o prefeito, após a sua abertura a pista começou a receber voos do Correio Aéreo Militar, com aeronaves que percorriam o interior do Paraná e do então Estado do Mato Grosso, além de aviões particulares, incluindo de colonizadores e empresários.
O primeiro pouso de aeronave do Correio Aéreo Militar foi em 25 de novembro de 1953 e a inauguração oficial do aeroporto em 24 de janeiro de 1954, com a fundação do Aeroclube de Toledo.
O primeiro voo comercial a atender a cidade, como melhor opção de viagem da época, aconteceu em junho do mesmo ano e foi de aeronave DC-3 Banzo, da Serviços Aéreos Cruzeiro do Sul, ligando Toledo a Cascavel, Campo Mourão, Ponta Grossa e Curitiba.
Empresas como a Viação Aérea Riograndense (Varig), S/A Viação Aérea Gaúcha (Savag), Real e Transbrasil, entre outras companhias, também passaram a operar em Toledo nos anos 50, além da Serviços Aéreos Cruzeiro do Sul, com voos para Curitiba, São Paulo, Porto Alegre e cidades do interior do Rio Grande do Sul.
A primeira pavimentação da pista do aeroporto aconteceu em 1985 e dois anos depois, em 1987, foi construída a primeira etapa do Terminal de Passageiros, mas logo em seguida a estrutura foi abandonada pelas companhias de aviação e os pousos e decolagens passaram a se restringir a aeronaves de autoridades em visitas e de empresários da cidade e região, além de aviões agrícolas.
Somente nos anos 90 as linhas foram reativadas, com participação da empresa Rio Sul, mas as operações não resistiram muito tempo à concorrência de modernos ônibus e carros de passeio, além de linhas dos Aeroportos de Cascavel e Foz do Iguaçu, o que só foi revertido no início de 2019, com a chegada empresa Azul Linhas Aéreas, mas apenas com voos semanais, no começo dos trabalhos.
“Felizmente, após elevados investimentos na melhoria e ampliação da pavimentação da pista e áreas de movimentação de aeronaves e embarque e desembarque de passageiros, compra de equipamento e melhoria da infraestrutura, com o apoio da iniciativa privada, especialmente a Associação Comercial e Empresarial de Toledo (Acit), Fiasul Indústria de Fios e Prati,Donaduzzi, além da representação política, resgatamos a importância da aviação comercial de mais de 60 anos atrás, para o desenvolvimento econômico, social e cultural da cidade”, afirma Lúcio.
Conforme ele, os voos diários para a capital do Estado já há 10 meses têm os aviões quase sempre lotados, especialmente por empresários de Toledo e região, professores de universidades, exportadores e importadores e interessados em conhecer o potencial do município e do Oeste do Paraná, com expressão nacional, especialmente na produção ; transformação e comércio de proteína animal.
Após a adoção de voos diários, de domingo à sexta-feira, com o avião quase sempre lotado, foram centenas os pousos e decolagens da aeronave ATR-72 do Aeroporto Luiz Dalcanale Filho, levando em média 60 pessoas a 500 Km/h para Curitiba, o que significa mais de uma dezenas de milhares de pessoas embarcadas e desembarcadas em Toledo.
Conforme o prefeito Lúcio, os resultados do retorno da aviação comercial vão muito além desses números promissores, pois são frutos do grande potencial de Toledo no processo de desenvolvimento econômico regional, estadual e nacional, especialmente no mercado globalizado e com cada vez maior demanda de produtos gerados pelo agronegócio toledano e brasileiro.
Na prática, reflexo altamente positivo dos R$ 2,2 bilhões de Valor Bruto de Produção (VBP) só em 2018, que mantiveram Toledo em 1º lugar em todo o Paraná há mais de dez anos, como resultado do trabalho de pessoas que acreditam em Toledo, desde o início da colonização, até os tempos atuais, com expansão da pesquisa e da tecnologia.
“O aeroporto é elo de logística importante para o desenvolvimento econômico do nosso município e de toda região Oeste. A administração luta para proporcionar o desenvolvimento d cidade, mas também oferecer qualidade de vida para os seus moradores e oportunidades de novos negócios para investidores, que antes tinham de embarcar em Foz do Iguaçu e consumiam tempo valioso em deslocamentos hoje coisas do passado. Isso acontece em todos os setores”, afirma o prefeito Lucio de Marchi.
O potencial do Aeroporto Luiz Dalcanale Filho vai ainda mais além, pois a Prefeitura, através da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Tecnológico, de Inovação e Turismo (Deseco), obteve a sua certificação definitiva junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que vai possibilitar a expansão de rotas e ampliação de serviços do local.
Para obter a certificação, a estrutura do aeroporto atendeu parâmetros de segurança obrigatórios estabelecidos pela Anac, pois passou a contar inclusive sinalização vertical, para orientação de pilotos e garantir maior segurança às operações de aeronaves no pátio, tanto que a própria empresa Azul não descarta a possibilidade de implantação de novas linhas aéreas em Toledo, pois os passageiros têm elogiado bastante a estrutura e com frequência pedem por mais rotas, como para São Paulo e Campinas.
Conforme Lúcio, a aviação comercial é hoje fundamental para a maioria das empresas e instituições de ensino e pesquisa da cidade e região, além da geração de empregos, renda e arrecadação de tributos para o município e Oeste e Noroeste do Paraná.
Para o retorno dos voos comerciais no Aeroporto Luiz Dalcanale Filho, houve importantes investimentos financeiros e muita dedicação dos envolvidos. Somente a atual gestão já investiu mais de R$ 4 milhões em reforma e adequação do espaço nos últimos dois anos. O aeroporto também contou com o investimento da Acit de R$ 700 mil.