Ambulatório de Saúde Mental oferece suporte em aleitamento a mamães

Estamos na Semana Mundial do Aleitamento Materno, comemorada desde 1992 entre 1º e 7 de agosto, e o assunto é tratado de maneira especial o ano todo pelo Ambulatório de Saúde Mental (ASM), de Toledo. Formada por especialistas em Psicologia, Psiquiatria, Fonoaudiologia e Serviço Social, a equipe dá atenção especial às mães gestantes e puérperas bem como aos recém-nascidos que necessitam dos serviço de Puericultura em Saúde Mental oferecido pelo espaço com o objetivo de favorecer o desenvolvimento neuropsicomotor de bebês e crianças por meio do acompanhamento e orientações.

A psicóloga Teresa Balbina Ramírez de Klein lida diariamente com este público e destaca que, além dos benefícios nutricionais, motores, odontológicos e fonoaudiológicos, o aleitamento materno propicia o espaço de relação que será o vínculo inicial após o nascimento da criança. “Esse espaço relacional não está dado de antemão, se trata de uma construção e de uma conquista. Isto quer dizer que há um movimento de adaptação, tanto do bebê quanto da mãe”, destaca. “à medida que o bebê sente a diminuição da fome, que no seu psiquismo tão precário é sentida como destruição, vai se estabelecendo o conforto da saciedade que dá lugar ao prazer de se sentir acolhido e seguro. Por parte da mãe, à medida que supera inseguranças sobre sua habilidade e capacidade de alimentar e manter vivo seu bebê, passa a sentir cada vez mais segurança e prazer na satisfação das necessidades do seu filho”, pontua.

Segundo a psicóloga, se tudo correr bem durante este processo, será criado um vínculo de prazer mútuo, resultando em um movimento que sai do estado de total dependência, passa para o de relativa dependência, até chegar à independência, o que torna esta relação mãe-bebê mais tranquila. “Se as coisas não correrem bem, é necessário avaliar o estado emocional da mãe, o suporte familiar oferecido a ela para poder garantir que o estado de alerta não seja insuficiente ou demasiadamente profundo para desestruturá-la. Importante lembrar que o pai, sua presença ou sua ausência, vai garantir a proteção da dupla no sentido de dar espaço e tempo para que as trocas entre mãe e bebê aconteçam”, pondera. “Todas essas situações de quando as coisas não vão bem inspiram os cuidados das equipes de saúde e é necessário procurá-las para tentar caminhos que levem a soluções”, salienta. 

Teresa observa que a equipe do ASM também deve atuar em situações em que o aleitamento materno não é possível. “Sabe-se que é fundamental fazer todas as tentativas possíveis para que o aleitamento materno aconteça. Mas, se ainda assim, não se estabelece esse formato relacional, deve-se ter em conta que há ali uma mãe e um bebê que deverão construir um espaço relacional, talvez menos confortável, onde as trocas emocionais acontecerão e colocarão o pequeno humano em possibilidade de se subjetivar e ir à conquista do mundo”, analisa.

O Ambulatório de Saúde Mental

Setor que integra o Departamento de Saúde Mental, da Secretaria de Saúde do Município de Toledo, o ASM atende de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h, uma média mensal de 825 pacientes com transtornos moderados, que procuram atendimentos individuais, familiares e em grupo nas áreas de Fonoaudiologia, Psicologia, Psiquiatria e Serviço Social. O atendimento a este público é iniciado mais próximo ao domicílio do paciente.

O atendimento em Puericultura em Saúde Mental é destinado a crianças recém-nascidas até 3 anos incompletos que nasceram prematuras e/ou necessitaram de unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal, com infecção congênita (toxoplasmose, rubéola, sífilis, HIV, citomegalovírus ou herpes), doenças infecciosas adquiridas (rubéola, caxumba), meningite bacteriana, depressão severa ao nascimento, atraso no desenvolvimento de linguagem, ventilação mecânica prolongada por 10 dias ou mais, hiperbilirrubinemia que necessitou de transfusão ou atraso no desenvolvimento neuropsicomotor.

Conforme a gravidade do caso, as consultas para acompanhamento são realizadas a cada mês ou até a cada 6 meses e só é encerrado o acompanhamento quando a criança atinge a idade máxima. Caso não ocorra melhora, esta é encaminhada para outros serviços. Em razão de o serviço ser voltado à prevenção e estimulação e não ter caráter de tratamento clínico, pacientes com síndromes ou microcefalia não recebem atendimento em Puericultura em Saúde Mental.  

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