88,89% das mortes causadas pela doença no município em agosto são de pessoas com mais de 60 anos; média etária das vítimas fatais subiu de 60,8 para 73,3 anos
Desde os primeiros registros de Covid-19 na China, ainda no começo do ano, já se sabia que os idosos infectados pelo novo coronavírus estavam mais propensos a se tornarem vítimas fatais. De acordo com os dados do Boletim Epidemiológico divulgado nesta segunda-feira (17), o índice de letalidade geral em Toledo era de 1,08%, 10,48 vezes menor que a média entre pessoas com mais de 60 anos (11,27%).
E esta tendência nada otimista em relação à turma mais experiente está se intensificando nos últimos meses em Toledo. Nos 17 primeiros dias de agosto, a idade média dos óbitos registrados como Covid-19 foi de 73,3 anos, ao passo que esta foi de 71,8 em julho e de 60,8 em junho – em maio houve apenas um óbito (homem de 63 anos). Fazendo o recorte entre gêneros, a média etária das vítimas fatais do sexo masculino cresceu de 56,7 (junho) para 76,7 (julho) e 78 (agosto); entre as mulheres, estabilidade: 67,5 anos em junho e agosto e 66,8 em julho – a média geral neste período foi de 67,3 anos (68,4 anos para homens e 51,2 entre mulheres).
A proporção do número de óbitos de pessoas com mais de 60 anos com o total de vítimas fatais de todas as idades também cresceu de junho para cá, saltando de 50% em junho (8 de 16) para 66,67% em julho (8 de 12) e 88,89% em agosto (8 de 9). Avaliando o período inteiro, a média foi de 63,16% (24 [13 homens e 11 mulheres] de 38), número muito maior que a participação dos idosos no total de infectados: 8,2%.
O Centro de Operações Emergenciais (COE), grupo que reúne periodicamente membros do poder público e da sociedade civil organizada com o objetivo de promover um debate técnico acerca da pandemia e orientar as autoridades constituídas na tomada de decisões, está atento a esta realidade. Coube a este comitê a elaboração de estratégias de combate à Covid-19, como a viabilização e ampliação do número de leitos de unidade de tratamento intensivo (UTI) específicos para pacientes que apresentavam sintomas graves da doença.
O porta-voz do COE, o médico Fernando Pedrotti, acompanha esta situação de risco da Covid-19 acima da média para os idosos. “Os pacientes com mais de 60 anos representam menos de 10% dos infectados, mas ocupam mais de 60% dos internados e também mais de 60% daqueles que foram a óbito. Por tudo isso, é importante que a população idosa redobre os cuidados. O número absoluto de pessoas infectadas que fazem parte deste público ainda não diminuiu, apesar de o número de total de novos casos estar em queda”, observa.
Em razão disso, pessoas com mais de 60 anos devem intensificar seu isolamento social, saindo somente se realmente for preciso. Tarefas cotidianas, como fazer compras no mercado ou ir à farmácia, podem ser delegadas para amigos, familiares e vizinhos mais novos, menos suscetíveis à Covid-19.
Mesmo em casa, o pessoal da terceira idade deve manter os cuidados básicos, como higienizar as mãos (incluindo os pulsos, as unhas e os espaço entre os dedos) com água e sabão ou álcool em gel várias vezes ao dia, evitar estar ou formar aglomerações, manter os ambientes sempre ventilados e arejados, e cobrir o rosto com o braço ou um lenço descartável ao tossir ou espirrar. “Sempre que possível, fique em casa e só saia quando realmente for preciso e use sempre máscara do jeito certo, cobrindo toda a boca e o nariz. Assim, poderemos evitar a contaminação de mais pessoas, sobretudo idosas, e conter a pandemia em Toledo”, salienta.