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Uma comissão técnica será designada
pelo prefeito para coordenar os trabalhos de implementação e execução do Plano da Biodiversidade de Toledo
Após vários meses de trabalho, coordenado por uma das
melhores consultorias ambientais do Brasil e com recursos da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), foi aprovada pela Câmara de Vereadores e sancionada pelo Executivo a Lei Nº 2.299/19 que trata do Plano Municipal de Ações e Estratégias para a Biodiversidade
de Toledo.
Foram várias audiências públicas e levantamento de todo
o histórico de dados e documentos disponíveis, além de trabalhos de campo com amostragens de plantas, aves, peixes, mamíferos, organismos aquáticos, entre outros.
A Lei sancionada legitima e contêm informações sobre:
I – diagnósticos socioeconômico e ambiental do Município; II – ações e estratégias para a biodiversidade nos meios urbano e rural de Toledo; III – indicadores de desempenho para avaliação contínua das respectivas ações.
Segundo o Secretário de Desenvolvimento Ambiental e Saneamento,
Neudi Mosconi, a preservação da biodiversidade é estratégica na questão do equilíbrio da natureza. “O ser humano por si só não pode ocupar um espaço de forma isolada. Na natureza existe um ponto de equilíbrio para tudo. A preservação da fauna e da flora é
fundamental para sobrevivência humana”, afirma.
Para Mosconi, a preservação desses espaços de biodiversidade,
seja ele na nossa cidade, do perímetro urbano ou no interior são fundamentais. “A legislação é muito clara, esse plano municipal traz uma visão inovadora e estratégica para o planejamento das ações do município. A identificação da realidade que nós temos,
o diagnóstico de como estamos e as intervenções necessárias que precisam ser feitas vão permitir um crescimento de forma planejada e ordenada da ocupação urbana e da ocupação dos espaços da natureza, preservando os fundos de vale e todos os demais elementos
para que a biodiversidade seja preservada e mantida, tanto no perímetro urbano como no rural”, frisou o Secretário.
Legalidade
O vice-presidente do Conselho Municipal de Meio Ambiente
de Toledo, Julio Daniel do Vale, deixa claro que a Lei 2.299/19 é o instrumento legal que todo cidadão e órgãos do município podem utilizar para promover ou defender questões ambientais que estão lá detalhadas.
“Mas acredito que mais do que a parte legal, a própria
fundamentação do Plano traz informações preciosas sobre o que possuímos aqui de biodiversidade, bem como diretrizes norteadoras para todas as esferas administrativas possam se orientar quanto ao que devemos fazer”, explica.
Comunidade
Para o conselheiro, a aprovação do Plano é benéfica
para todo o cidadão. Segundo ele, ao saber sobre o Plano que o município possui, poderá recorrer a esse documento, desde um simples interesse para saber qual é a espécie de pássaro ou animal que viu em um determinado ponto da cidade; como foi que esse bioma
se constituiu e como tem sido alterado pelos processos humanos e também o que lá está resguardado e deve ser utilizado para cobrar de todos os setores responsáveis suas ações efetivas para a conservação da nossa natureza.
Impactos
Julio Daniel explica que o impacto da aprovação da Lei
2.299/19 dependerá da ação de toda a sociedade. “O Conselho do Meio Ambiente tem um papel central nisso, mas nada é mais forte do que a mobilização da população. É um dever de todos conhecerem o nosso Plano, mas muito mais dos vereadores que foram eleitos
para fiscalizar a gestão pública”, salienta.
O Plano
Este documento apresenta as estratégias preconizadas
para a conservação, utilização sustentável, monitoramento, valorização, aumento e controle da diversidade biológica de Toledo. O horizonte de tempo previsto para a implantação destas estratégias abrange um total de 20 anos, porém muitas podem estender-se indefinidamente
após este período.
Em termos de biodiversidade (conjunto natureza – homem)
o Plano Municipal de Ações e Estratégias para a Biodiversidade é a publicação mais completa no município. São vários documentos com muitos dados históricos e levantamento de campo. Diversos outros Planos complementam esse. Por exemplo, o Plano de Florestas
(que nesse tópico, é mais detalhado do que o de Biodiversidade).
Em síntese, o Plano representa um compromisso publicado
em lei de ações que a gestão pública e sociedade implementarão nos próximos 20 anos. A Lei estabelece ações imediatas, a médio prazo (até dois anos) e a longo prazo (até três anos).
Envolvimento
“Acho que todos devem se familiarizar com esse material,
professores, pessoas interessadas em questões ambientais. Pois somente o apelo comunitário e a própria conscientização é que irão efetivar essas ações”, afirma o Vice-presidente do Conselho.
“Acredito que enquanto não nos identificamos com a nossa
terra, com o nosso espaço, se não conhecemos o lugar onde moramos, suas características, ficamos a mercê dos acontecimentos. O Plano é uma forma das pessoas se apropriarem do que forma o nosso município, de suas riquezas, mas também de seus desafios. Se queremos
um futuro melhor, não vejo outro caminho”, completa.
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Uma comissão técnica será designada pelo prefeito para coordenar os trabalhos de implementação e execução do Plano da Biodiversidade de Toledo.