Casos de dengue em Toledo acompanham crescimento em todo o Paraná

Diante de um problema de saúde pública, somente ações do poder público não bastam: o envolvimento da população é fundamental para superar grandes desafios. Além de estar atenta à disseminação do novo coronavírus, a Secretaria de Saúde de Toledo também está bastante preocupada com a situação da dengue no município.

Segundo o mais recente boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), houve uma disparada de casos de dengue no Paraná e os números de Toledo não são menos assustadores. Entre 28 de julho de 2019 e 25 de abril deste ano, 3.865 moradores de nosso município tiveram a doença (3.803 casos autóctones e 62 importados), número muito maior se comparado ao período anterior (de 29/07/2018 a 25/04/2019), quando houve 12 registros da doença. 

A situação fica ainda mais delicada se for avaliado o nível de gravidade dos casos de dengue do atual ano epidemiológico – que teve início da semana 31 de 2019 e vai até a semana 30 de 2019. Enquanto no ano epidemiológico anterior, as pessoas acometidas pela patologia não sofreram maiores complicações no quadro clínico, no atual foram registrados três óbitos. Há ainda 30 pacientes com sintomas de dengue aguardando resultado dos exames – 283 casos suspeitos foram descartados, totalizando 4.178 notificações.

A Secretária de Saúde, Denise Liell, atribui este crescimento a uma carga maior do vírus causador da dengue nos Aedes aegypti que circulam em nosso país. “A viremia encontrada nestes mosquitos é muito maior em relação àqueles que encontrávamos no ano passado. Não houve um aumento tão grande no número de criadouros que nossos agentes de endemias registram nas residências, mas agora estamos diante de uma doença mais agressiva, com a vinda do vírus tipo 2”, explica. “É como se este inseto estivesse dormindo no ano passado, poupando energias para vir com tudo agora em 2020. Apesar de estarmos muito empenhados, vivemos uma batalha inglória, mesmo porque estamos sozinhos, sem o auxílio dos governos estadual e federal no repasse do inseticida para o fumacê”, observa.

A diretora de Vigilância em Saúde, Edilza Gomes Coutinho, alerta para um agravamento no quadro epidêmico da dengue no Paraná e no Brasil. “Nesta época do ano em 2019 havia 4.970 casos em nosso Estado, agora são mais de 142 mil. É bom destacar que o fumacê, só mata o mosquito que já está voando. Cabe à população impedir que ele se desenvolva tanto, livrando-se de tudo aquilo que pode servir como local de reprodução”, salienta. “Temos 81 agentes de endemias que intensificaram as visitas milhares de residências de bairros e distritos e nos deparamos com situações cuja responsabilidade em prevenir deveria ser dos moradores e não deles, que deveria só supervisionar a situação sanitária do imóvel”.

Edilza comenta que os primeiros dias de pandemia foram de muitas dificuldades para os agentes de endemias realizarem o seu trabalho. “Houve recusa da entrada deles em 75% dos imóveis por medo que os moradores tinham de serem contaminados pelo novo coronavírus. Felizmente, a recepção destes profissionais tem sido melhor, mas percebemos que boa parte dos moradores não aproveitaram o período sem sair de casa para dar uma geral no imóvel”, constata.

A secretária de Saúde observa que a administração municipal realizou todos os esforços necessários para mobilizar a população para combater a dengue. “Em 31 de janeiro, quando só havia três casos em Toledo, fizemos uma reunião aberta a toda a comunidade e a orientamos sobre os riscos que o município corria. Contudo, apesar de todos nossos esforços, a adesão a esta causa não foi da forma como deveríamos. Se não houver o envolvimento da população, não será possível atingirmos os resultados que queremos”, pondera.

Combate constante

As ações de prevenção à dengue são bastante simples. Basta retirar toda a água acumulada de pneus, garrafas, vasos de plantas, calhas, pratos de alimentação de animais, caixas d´água, cisternas e outros recipientes. Sempre que possível, elimine nos ecopontos objetos que não têm outra serventia, a não ser para criadouro do Aedes aegypti.

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