Demanda por serviços da Assistência aumenta 50,97% durante a pandemia

A interrupção parcial ou total das atividades de vários setores, ação necessária para a contenção do contágio da população pelo novo coronavírus, não impactou somente a economia. Mesmo em Toledo, onde os indicadores de desenvolvimento humano estão acima da média, o quadro social sofreu uma piora significativa desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou, na segunda quinzena de março, a pandemia de Covid-19.

Reflexo bem claro desta situação se vê no crescimento da demanda por serviços prestados pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Proteção à Família (SMAS). De abril até junho deste ano, a pasta realizou 22.191 atendimentos, 50,97% a mais que os realizados no mesmo período de 2019 (14.699). O “boom” ocorreu em junho, com 8.941 atendimentos, quase o dobro (92,74%) do registrado em junho do ano passado (4.639) e 160,06% a mais que o ocorrido em março de 2020 (3.438) .

De acordo com a secretária de Assistência Social e Proteção à Família, Marisa Ramos dos Santos Cardoso, a pandemia apresentou desafios maiores do que a equipe da pasta imaginava. “Tínhamos um trabalho na Proteção Social Básica avançado de identificação e acompanhamento de famílias cuja renda mensal era inferior a três salários mínimos. Contudo, em meio a esta situação adversa, pessoas que não estavam em nosso cadastro procuraram os Cras [Centro de Referência de Assistência Social] pedindo principalmente o auxílio emergencial cesta básica. Esse crescimento no número de atendimentos se deve principalmente a este benefício eventual, pois as demais atividades mantiveram o patamar de anos anteriores”, avalia.

Por falar em cesta básica, a SMAS, por meio dos Cras, tem entregue, de abril para cá, uma média de 2.500 a 3.000 unidades por mês, muito mais do que era distribuído antes da pandemia (497). Deste total, 2.000 foram adquiridas pelo governo municipal – o restante veio de doações realizadas por empresas e entidades da sociedade civil organizada.

Os Cras também estão responsáveis pela entrega dos cartões Comida Boa, programa do governo estadual que oferece um voucher com três parcelas mensais de R$ 50,00 para aquisição de alimentos em estabelecimentos conveniados. A princípio, o trabalho foi realizado nas escolas municipais, onde a maioria das 6.130 unidades foram retiradas.

Marisa fala que também a Proteção Social Especial de média e alta complexidade exigiu uma atenção diferenciada no período de pandemia, principalmente no que se refere aos serviços de acolhimento institucional de crianças e adolescente, e atendimento à população em situação de rua. Para este público específico, o município estruturou um serviço temporário de acolhimento que está funcionando desde 26 de março no Ginásio de Esportes Aldanir Ângelo Rossoni (antigo CCR, no Jardim Coopagro). 

Neste alojamento, os atendidos recebem três a quatro refeições por dia, higiene, pernoite, atendimento social, psicológico e de saúde (sempre que necessário). A ação, que pode beneficiar até 30 pessoas, conta com a parceria de outras secretarias municipais para a sua execução. “Os riscos da pandemia não intimidaram nossos servidores no cumprimetno do seu dever, entregando-se integralmente à sua missão, comprometendo-se com a causa de promover bem-estar social para o maior número de pessoas”, salienta Marisa.

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