A Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2), é o maior desafio sanitário desta geração em razão do seu alto grau de transmissibilidade e por ser altamente perversa com os idosos. Preocupada com esta realidade, Toledo, onde cerca de 70% dos óbitos causados pelo patógeno são de pessoas com mais de 60 anos, está conversando, por meio de reuniões periódicas com número reduzido de pessoas no Auditório Acary Oliveira, com representantes de grupos da terceira idade para que estes multipliquem a mensagem dos cuidados que os participantes precisam ter.
A iniciativa, das secretarias de Saúde e de Esporte e Lazer, tem o objetivo de fornecer informações que protejam a faixa etária mais vulnerável da contaminação pelo novo coronavírus, pois entre os idosos a taxa de letalidade chega a ser 11 vezes maior do que entre a população em geral. “Não podemos nos esquecer, em momento algum, que as vidas que estão sendo perdidas para a Covid-19 não são meramente números. É uma história interrompida, são familiares que lamentam a perda de um ente querido, uma morte que, com tudo que já se conhece hoje, é perfeitamente evitável”, observa a médica Gabriela Kucharski, designada pelo Centro de Operações Emergenciais (COE) para tabular os dados da doença em Toledo.
Porta-voz do COE, o médico Fernando Pedrotti destaca que a Covid-19 merece uma atenção especial em relação à forma como a doença se manifesta, pois, entre os quase 5 mil casos confirmados em Toledo desde o início da pandemia, 15 sintomas diferentes foram manifestados, o que torna o desafio de diagnosticar e tratar os pacientes suspeitos ainda maior. “É um quebra-cabeça gigantesco, pois estamos lidando com algo realmente novo. Na literatura médica não existe nada que faça a pessoa perder de forma repentina o olfato e o paladar. Quando isso ou algum outro sinal de síndrome gripal acontecer, é importante ligar para o TeleCorona e, a partir disso, buscar assistência médica”, adverte.
O TeleCorona está atendendo pelo 3055-8872, porém a prevenção continua sendo o melhor remédio contra a Covid-19. “Nestes encontros temos aberto a conversa para as perguntas e em todos eles destacamos a importância do uso da máscara, da lavagem cuidadosa das mãos, de deixar a residência sempre bem ventilada e evitar aglomerações, recomendação que deve ser seguida por aqueles que têm uma vida ativa fora da residência, mas que convivem com idosos na mesma casa”, descreve Pedrotti.
A coordenadora do projeto Vida Ativa na Melhor Idade, Angelita Ines Boufleur, relata que o diálogo com representantes dos grupos de terceira idade de Toledo tem sido na direção de ainda manterem suspensas as atividades, interrompidas desde março, quando a pandemia do novo coronavírus chegou com força ao Brasil. “Eu sei que, depois de praticamente seis meses, existe aquela vontade de voltar à rotina normal. Mas isso ainda não é possível. Enquanto a Covid-19 não tiver tratamento ou vacina eficaz, nada de fazer baile, bingo ou almoço. O distanciamento social é importante para todos, mas é fundamental para nossos idosos”, salienta.