O Departamento da Rede de Atenção às Urgências e Emergências de Toledo tem se esforçado para manter o atendimento aos pacientes com suspeita de coronavírus. Os números apresentados na última reunião do Centro de Operações Emergenciais (COE), nesta terça-feira (09), demonstram o crescimento rápido dos casos mais graves. Com a falta de unidades de terapia intensiva (UTI) e enfermarias, o Pronto Atendimento Municipal Doutor Jorge Nunes (PAM/Mini Hospital) tem passado por uma reestruturação para ampliar a capacidade de acolher pacientes.
Segundo a apresentação do COE, a demanda reprimida na Macrorregional Oeste é de 134 leitos para UTI e mais 113 para enfermarias. Isso faz com que os pacientes permaneçam por mais tempo nas unidades de emergência. No caso do PAM, na manhã da terça-feira (09), 16 pacientes estavam intubados aguardando transferência pela Central de Regulação de Leitos do Paraná. “Temos também 10 esperando vagas em enfermaria. A equipe toda está lá, se desdobrando, para poder dar o melhor atendimento a esses pacientes graves, dando atenção aos menos graves (enfermarias) e seguindo com o atendimento das consultas”, comentou o diretor da Rede de Atenção às Urgências e Emergências, Júlio Fabris.
Fabris informou que além do aumento na busca por atendimento, o perfil dos pacientes dos pacientes mudou. “Eles estão vindo de forma um pouco diferenciada nas últimas semanas. Alguns já chegam na forma complicada, com hipo saturação (falta de oxigenação), não respondendo às medidas de resgate, tendo que já adotar o procedimento de intubação e respiradores. Demanda crescente, preocupante e esperamos que, com as medidas de isolamento dos últimos dias do governo municipal, possam nos ajudar a conter o número dos casos”.
Para a manutenção destes pacientes em estado grave (intubados) a Secretaria de Saúde ampliou o número de respiradores de seis para dezessete, um aumento de 200% praticamente, e trabalha para melhorar a rede de distribuição de gases medicinais no PAM. De acordo com Fabris, a rede atual comporta aproximadamente 20 respiradores e existe a previsão de chegada de mais equipamentos. “Estamos trabalhando sempre com o intuito de dar suporte caso a situação fique pior. Temos que nos precaver e estar cercados de todos os cuidados”.
A intervenção vai aumentar os pontos de acesso à rede de ar comprimido e de oxigênio e envolve o esforço conjunto da equipe de governo. Além disso, diversas empresas têm contribuído para a ampliação da rede de gases medicinais. “Temos diversas secretarias, entre elas a de Desenvolvimento Ambiental e Saneamento e de Desenvolvimento Econômico, contribuindo conosco neste trabalho. É bom ver que temos o suporte de todo o governo”. Também estão sendo providenciados material de tubulação e um novo compressor de ar já foi instalado. “A gente teve que usar todos os pontos de oxigênio que a gente tinha no setor de internamento, de enfermaria, para a gente acomodar os novos respiradores, por isso a necessidade de mais pontos neste momento”, explicou.
Fabris também explicou que o local onde estava alojada a Central de Especialidades já começou a ser ocupado. “Com a ida das consultas especializadas para a Vila Paulista, já acomodamos uma parte para as coletas de exames RT-PCR e hoje (terça-feira) vão ser instalados os consultórios médicos para liberar espaço para a enfermaria no setor onde eles estavam posicionados antes”, explicou.
As mudanças, além de gerar conforto para os pacientes, vão permitir que a equipe trabalhe de forma mais organizada. “Também estamos contando com a suporte dos profissionais das UBS’s para nos ajudar. Muitos estão se propondo a vir somar com a gente, porque, aumentando a demanda de pacientes graves, a gente precisa reforçar a equipe também com médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e demais setores”, concluiu.