Foi realizada na tarde desta terça-feira (16), no auditório do Centro Cultural Ondy Hélio Niederauer, a abertura oficial da Semana da Consciência Negra. Coordenadas pela Secretaria da Cultura, as atividades alusivas ao Dia Nacional da Consciência Negra, lembrado em 20 de novembro, seguem até domingo (21) em vários pontos da cidade.
No próprio centro cultural da Vila Pioneiro houve, após a abertura oficial, a roda de conversa com os professores Francy Rodrigues da Guia Nyamien (da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste) e João Lopes (da Secretaria de Estado da Educação – Seed/PR), mediada pela professora Caroline Recalcatti. Eles abordaram, respectivamente, os temas “Diversidade Cultural e as Questões Étnico-Raciais” e “A importância da compreensão das questões étnico-raciais em todos os espaços da esfera pública”.
Do lado de fora do auditório, produtos artesanais estavam em exposição no hall de entrada e dezenas de crianças participaram na extensão da Biblioteca Pública Municipal de contação de histórias infantis. Na unidade central deste equipamento público, pela manhã, houve também contação de histórias infantis e oficina de bonecas Abayomi.
Abertura
Antes da roda de conversa com os professores Francy, João e Carolina, foi formada mesa de honra da qual também participaram o prefeito Beto Lunitti; as secretárias Rosselane Giordani (Cultura) e Jennifer Teixeira (Juventude e Secretaria para Mulheres); e a presidente do Conselho Municipal de Políticas Culturais (CMPC), Cristiane Cândido. “Às pessoas e entidades que lutam diariamente contra as dificuldades que o racismo impõe, todo nosso reconhecimento e agradecimento”, parabeniza Cristiane.
Em sua fala, Rosselane agradeceu o apoio que a Secretaria da Cultura recebeu para a realização da Semana da Consciência Negra e falou da importância da cultura afro na formação do Brasil enquanto país. “Temos que falar sobre isso não somente para denunciar as constantes violências às quais a população negra do nosso país é submetida, mas também para exaltar a influência desta etnia na formação da nossa identidade cultural, seja na música, na dança, na religião, na culinária, entre outros aspectos. É necessário reconhecer este espaço de forma a lutarmos pelo fim do racismo estrutural que ainda impera o nosso país, o qual só permite a pessoas de pele branca os espaços de destaque na sociedade”, destaca.
A pluralidade cultural foi o ponto central do discurso de Beto Lunitti. “O conceito de diversidade foi distorcido nos últimos tempos, mas ele é muito presente em nosso município, ainda que algumas pessoas não percebam. Esta questão da cultura afro, por exemplo, precisa ser debatida e o racismo, que é uma prática criminosa, deve ser enfrentado pelo poder público e pela sociedade civil. Toledo nos orgulha pelo seu desenvolvimento, com todas as condições de promover cidadania plena a todos os munícipes e isso só se constrói rompendo as barreiras da exclusão; não pela força, mas por meio do poder transformador do conhecimento, da capacidade de expor e defender ideias”, observa.
Programação
Amanhã, às 15h, o Centro Cultural Ondy Hélio Niederauer segue com a exposição de artesanato com temática afro (Grupo Tenda) e abrigará também a roda de conversa sobre “Desigualdade racial” ministrada pela ex-integrante do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial do Paraná (Consepir), Cláudia Augusta Ikandayo dos Santos, e mediada por Ney Arboleia, professor da Smed. Outra roda de conversa, promovida pelo Quilombo Tekohá com apoio da Secretaria da Cultura, na sede do coletivo, trará o tema “Cultura e Etnia” e tem as presenças confirmadas da professora Eliane Moura e do servidor público federal aposentado Domingo Douglas Pereira.
No dia seguinte, três lugares receberão atividades da programação da Semana da Consciência Negra: a Escola Municipal São Francisco de Assis que receberá, a partir das 8h30, contação de histórias infantis e oficina de capoeira com o professor Henrique Laurentino (Grupo Senzala); a Biblioteca Pública Municipal que será palco, às 14h, de contação de histórias infantis e oficina de bonecas Abayomi; e o Centro da Juventude (CJU) do Coopagro, onde a partir das 15h, haverá oficinas sobre cabelos afro com Maiara Santos (Afro Hair) e de capoeira com Henrique Laurentino, o qual, ao lado de Leonardo Soares (Batalha da Resistência), protagonizará roda de conversa.
Henrique ministrará na sexta-feira (19) mais duas oficinas de capoeira: às 8h30, na Escola Municipal Olivo Beal; às 16h, no CJU do Europa. Antes disso, neste mesmo espaço, às 15h, ele, Leonardo Soares e o grafiteiro Isaac Souza de Jesus estarão à frente de uma roda de conversa. Isaac, por sinal, ministrará no CJU oficina de grafitagem; Maiara Santos (Afro Hair), por sua vez, ensinará sobre cabelos afro.
No sábado, 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, ampla programação será realizada no Parque Ecológico Diva Paim Barth. A partir das 17h, o cartão postal de Toledo, receberá roda de capoeira e oficina de jongo (Grupo Senzala), desfile de roupas, cabelos e maquiagem afro, trancistas, feira de arte e artesanato com a temática afro, varal de cordel (Colégio Integral), oficina de maracatu (Patrícia Riffel) e mostra gastronômica (Embaixada Solidária). Às 19h haverá apresentação do Coral Evangélico Haitiano e às 19h30 Tays Vilaca canta “Vivência Negra e Afro-Brasilidades Autorais”.
Para encerrar a Semana da Consciência Negra, o Centro de Artes e Esportes Unificado de Toledo (CEU das Artes) abrigará atividade que será promovida pelo Batalha da Resistência com apoio da Secretaria da Cultura. “A programação está lindíssima porque conta com diversos parceiros, tanto os que estão dentro da própria estrutura administrativa do município, como as secretarias de Juventude, Esportes e Lazer, Comunicação e Administração, bem como outras instituições da sociedade civil, como a Unioeste, o Quilombo Tekohá e a Embaixada Solidária. Todos eles se uniram com o objetivo de dar maior visibilidade à cultura afro-brasileira”, pontua Rosselane.