Adolescentes com idade entre 12 e 17 anos de idade que participam das atividades da Associação dos Amigos do Basquetebol de Toledo (Abatol) tiveram, no Ginásio Jaime Zeni (Jardim Porto Alegre), uma tarde especial nesta segunda-feira (14). Eles puderam conhecer de perto e ouvir os conselhos de Daniel Bordignon Barbieri, atleta toledano que se destacou na modalidade em nível nacional e internacional.
Com 25 anos de idade e 2,04 metros de altura, jogou em alto nível na Espanha e na Argentina, além de ter servido às categorias de base da seleção brasileira. Em virtude de seguidas lesões, optou pela aposentadoria precoce e agora se dedica a captar talentos que podem repetir a trajetória de Daniel e ser destaque em grandes equipes do basquetebol mundial.
Para atingir este nível de atuação, Daniel deu dicas sobre como deve ser o comportamento em treinamentos e partidas. “Quando entra em quadra, o atleta tem que estar disposto a fazer a diferença, não ter medo de arriscar, tomar decisões que beneficiem a equipe. Se errar, treine ainda mais e tenha memória curta para não se abalar na próxima partida. O seu esforço vai estimular seus companheiros a também se esforçarem mais e o desempenho do time vai aumenta”, destaca. “O esforço físico, a concentração e a disciplina precisam andar juntos, a intensidade em quadra tem que ser sempre 100%. O resultado pode não ser o esperado, mas ninguém pode sair de quadra sem ter a certeza de que você deu o máximo de garra e intensidade, qualidades fundamentais para atletas e equipe de sucesso. Quem enfrentar Toledo, precisa saber que vai ter que jogar muito para vencer”, salienta.
Apesar de evidenciar grandes talentos individuais, Daniel reforça que o basquetebol é um esporte coletivo. “Numa equipe, nunca se joga, se ganha ou se perde sozinho. Contudo, o treinamento de fundamentos é algo que depende só do atleta e este deve se cobrar para ser melhor a cada dia”, comenta. “Respeitem os colegas, os adversários e, principalmente, os técnicos. Não é agradável ouvir ‘puxão de orelha’, mas é fundamental prestar atenção em cada chamada de atenção. No dia em que ele ou ela não fizer mais isso, é porque não acreditam mais em sua qualidade. Neste sentido, mesmo para aqueles que forem jogar no Brasil, é fundamental dominar um segundo idioma, pois grandes equipes sempre buscam jogadores estrangeiros para reforçar seus elencos”, recorda.
Todos esses conselhos foram ouvidos com muita atenção pelos atletas, que são treinados pelos professores Augusto Luiz Seberino, Bruna Estevam e Jonathan Marsola dos Santos. Eles fazem parte de um projeto iniciado em 2000 e que conta com o apoio da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer (Smel), pasta hoje comandada por Marli Gonçalves Costa, uma das fundadoras da entidade.
Marli apareceu durante a palestra e recordou como foi o início das atividades e todas as dificuldades e conquistas que enfrentaram naquela época. “Na época havia muito menos recursos para treinar e jogar: o piso era de concreto, e não de madeira; qualquer chuva dava goteira no ginásio e havia uma incerteza se iríamos ter condições de disputar competições regionais e estaduais fora daqui. Mesmo com todos esses problemas, tivemos muitas equipes vencedoras e a geração do Daniel foi, sem dúvida, a mais vencedora da história do basquete toledano, a qual tenho a honra de ter sido a técnica”, recorda. “Se vocês querem trilhar o caminho do Daniel, deem o máximo em tudo que fizerem. Jogador ‘meia-boca’ tem aos montes, mas aquele que joga pela equipe, que realiza corretamente os fundamentos, que marca sempre que o time está sem a bola, são poucos e vocês devem estar neste grupo caso queiram se destacar neste esporte”, frisa.