Em se tratando de Proteção Social Especial de Alta Complexidade do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), a manhã desta sexta-feira (5) foi histórica para Toledo. Dois imóveis alugados (um no Jardim Concórdia e outro no Centro), que funcionarão como serviços de acolhimento institucional, foram oficialmente entregues em solenidades marcadas por simbolismos e muita emoção: a Residência Inclusiva, destinada a jovens e adultos com deficiência cujos vínculos familiares foram rompidos ou encontram-se fragilizados; e a Casa de Passagem, voltada para pessoas e famílias em situação de rua que precisam de um lugar enquanto buscam um recomeço para suas vidas.
Entre outras autoridades e lideranças, o prefeito Beto Lunitti; o promotor da 2ª Promotoria de Justiça de Toledo, José Roberto Moreira; o presidente da Câmara de Vereadores, Leoclides Bisognin; a secretária municipal de Assistência Social, Solange Silva dos Santos Fidelis; o chefe do escritório regional da Secretaria de Estado da Justiça, Família e Trabalho (Sejuf) em Toledo, Walmor Lodi; e o vice-presidente do Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS), Wellington Cassio Barbosa da Silveira, prestigiaram ambos os eventos. “Estamos felizes por termos aprovado e assessorado o poder público no processo de implementação destes dois serviços que ainda não existiam em nosso município. A partir de agora, temos que voltar nosso olhar na direção de torná-los permanentes de forma que funcionem independente de quem ocupe o cargo de prefeito”, observa Wellington.
Residência Inclusiva
Instalada em uma casa com ambientes amplos e adequados a necessidades dos moradores, a Residência Inclusiva abriu as portas em 28 de abril deste ano e conta com 15 colaboradores (a maioria é composta por servidores das secretarias de Saúde e da Assistência Social): 1 coordenador(a), 1 psicóloga (a), 1 assistente social, 2 cozinheiros(as), 2 auxiliares de serviços gerais e 8 cuidadores (2 por período de 12 horas). “Há 17 anos é debatida a estrutura de atendimento na área de assistência social e a criação de uma estrutura para pessoas com deficiência que não podem contar com o suporte familiar ganhou corpo em 2020, durante a formulação de propostas que seriam apresentadas na campanha eleitoral pela chapa que ganharia o pleito. Em virtude da pandemia, foram encontros remotos nos quais discutimos várias questões e surgiu esta, que acabaria sendo incluída no plano de governo. Segundo o planejamento inicial, este espaço ficaria pronto em 2023, mas algumas demandas inesperadas encurtaram os prazos e agora já podemos contar com este equipamento, que oferecerá um serviço de excelência, feito por pessoas comprometidas, profissionais, ousadas e resilientes, que já estão transformando este imóvel em um lar”, destaca Solange.
Em suas falas, os representantes do Ministério Público e do Legislativo pontuaram que a Residência Inclusiva lança luzes sobre um grupo que geralmente não recebe a devida atenção por parte dos governantes e da sociedade. “É uma demanda que requer sensibilidade dos gestores públicos para ser atendida da maneira como Toledo está fazendo. Temos ótimos indicadores econômicos e, por uma questão de coerência, este município também precisa promover as melhores práticas na questão do respeito aos direitos humanos, sobretudo os das pessoas mais vulneráveis. Em comparação a outras cidades do mesmo porte, estamos aqui fazendo um bom trabalho, mas que pode ser sempre, e cada vez mais, aperfeiçoado. O Direito e o orçamento público existem para as pessoas, todas as pessoas”, frisa José Roberto. “Hoje é um dia especial, pois a Câmara deu sua cota de contribuição ao aprovar projeto do Executivo que criou o cargo de coordenador para esta estrutura, viabilizando o seu funcionamento. Propostas como esta, que impactam positivamente na vida da população, são tratadas por mim e os meus 18 colegas com muito carinho. Temos orgulho em ver que essas pessoas, tratadas por muito como ‘invisíveis’, agora têm o suporte que merecem e precisam”, salienta Leoclides.
Emocionado desde o começo do seu discurso, o prefeito destacou que sua gestão trabalha com o objetivo central de revisar ou instituir novos modelos de políticas públicas em várias áreas, como as da assistência social. “Governo é fazer escolhas e a implantação da Residência Inclusiva foi uma escolha acertada. Nosso olhar, voltado mais às demandas sociais, nasce do sentimento de que não dá para conceber que tantas pessoas passem por privações e violações de seus direitos mais básicos em um município igual ao nosso, maior produtor de alimentos do Paraná. De forma estruturada, estamos trabalhando para atenuar os efeitos da concentração de renda, procurando oferecer condições para os mais vulneráveis terem uma vida mais digna”, observa Beto.
A Residência Inclusiva tem estrutura para receber até seis pessoas, porém, no momento, três estão morando no local. Uma delas, Alessandro Costa, emocionou a todos ao cantar e tocar no violão “Raridade”, música gospel composta e interpretada originalmente por Anderson Freire. “É uma honra ser um dos primeiros moradores deste espaço. Muito obrigado a todos que lutaram para que ele existisse”, agradece.
Casa de Passagem
Com o propósito de oferecer o mínimo de dignidade à população em situação de rua que precisa de um espaço enquanto busca caminhos para recomeçar sua vida, a Casa de Passagem oferece uma solução definitiva a uma demanda que vinha sendo parcialmente resolvida por meio do alojamento provisório que era montando no Ginásio do CRR, na Grande Coopagro.
O espaço tem capacidade para abrigar até 30 pessoas (25 fixas e cinco vagas emergenciais). No momento, 17 estão se beneficiando da estrutura e apenas quatro ali estavam no momento da entrega oficial da Casa de Passagem – as demais já foram inseridas no mercado de trabalho e, em breve, poderão sair dali para viver dignamente em suas casas. “A partir do momento que assumimos esta responsabilidade, o município se tornou uma espécie de ‘pai’ para as pessoas atendidas pela Residência Inclusiva e pela Casa de Passagem. Sendo assim, eles são irmãos e irmãs que exigem de nós, poder público e sociedade organizada, um pouco mais de atenção por parte desta família chamada ‘Toledo’”, compara o prefeito Beto Lunitti.