Passado glorioso e futuro próspero marcam celebração dos 70 anos de Toledo

A História de sete décadas do município que mais produz alimentos no Paraná foi construída por milhares de pessoas, as quais merecem todas as homenagens

Toledo completa nesta quarta-feira, 14 de dezembro de 2022, 70 anos de emancipação político-administrativa. Nesta data, em 1952, tomavam posse o primeiro prefeito (Ernesto Dall´Oglio) e os vereadores da primeira legislatura da Câmara; ou seja, a partir daquele momento, o município passaria a ter plena responsabilidade pelos rumos que iria tomar e exerceu este direito com maestria, tornando-se um verdadeiro exemplo de desenvolvimento com qualidade de vida para o Paraná e o Brasil.

Em sete décadas, milhares de pessoas ajudaram a construir a “cidade-labor” que se orgulha de ter no campo o centro de suas forças, sendo atualmente o maior produtor de alimentos do estado e o município com o maior Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do Paraná: R$ 4.371.243.691,89 na safra 2020/2021. Todos estes homens e estas mulheres merecem receber todas as homenagens, a começar pelos paraguaios e argentinos que habitavam esta terra e trabalhavam na extração da erva-mate que era comercializada pela Companhia de Maderas del Alto Paraná, empresa de capital inglês com sede em Buenos Aires, proprietária de uma área situada em um triângulo imaginário formado por onde hoje estão situadas as cidades de Foz do Iguaçu, Toledo e Guaíra.

A lista começa a crescer em meados da década de 1940, quando a Industrial Madeireira Colonizadora Rio Paraná S/A (Maripá), de Porto Alegre, adquiriu essas terras junto à companhia anglo-argentina e implantou aqui um dos processos de povoação e urbanização mais bem-sucedidos da História da humanidade. A partir da linha telegráfica entre Cascavel e Porto Mendes foi criado um corredor a partir do qual caravanas compostas por famílias descendentes de italianos e alemães oriundas de Santa Catarina e Rio Grande do Sul chegaram a Toledo.

Atraídas pelo projeto colonizador da Maripá, divulgado maciçamente em corretoras e meios de comunicação do Sul do Brasil, estas pessoas vieram buscar uma vida nova em Toledo. O primeiro grupo, formado por 14 trabalhadores (Ângelo Gobbi, Antônio Scain, Atalípio Bohnen, Gregório Spacin, Ivo Zago, José Drago, José Scain, Juvenildo Lorandi, Mansueto Molon, Marcílio Molon, Orlando Cambruzzi Thomé, Pedro Rodolfino e Zulmiro Antônio Ruaro) contratados e enviados pela Maripá com o objetivo de “abrir os caminhos” para os primeiros colonos, saiu de São Marcos, na Serra Gaúcha, e, depois de 38 dias de viagem, chegaram aqui em 27 de março de 1946. 

A princípio, eles se abrigaram no local onde hoje se encontra o Parque dos Pioneiros (a princípio chamado de “Pouso Toledo”, nome como era chamado o local pelos ervateiros que o utilizavam como ponto de parada) em moradias cobertas com lona, as quais seriam substituídas por casas de madeira que serviriam de dormitório, refeitório, depósito e escritório da colonizadora. A empresa, por sinal, apostou no minifúndio, comercializando lotes com área entre 10 e 15 alqueires paulistas – como cada colono não tinha condições financeiras de comprar mais do que uma unidade, não houve concentração fundiária, situação que, felizmente, permanece até os dias atuais.

Diversidade e prosperidade

Esse perfil foi decisivo para o futuro de Toledo, pois, com propriedades menores, cada pedacinho de chão precisava ser bem aproveitado, daí surgiu a diversificação de culturas e a necessidade de se agregar valor às matérias-primas de origem vegetal e animal. Foi em meio a este ciclo virtuoso que, anos depois, surgiram as primeiras agroindústrias e toda uma cadeia de indústrias, prestadores de serviço e estabelecimentos comerciais que passaram a orbitar em torno da força que vem do campo.

Embora a maior parte das terras vendidas pela Maripá tenham sido destinadas para o uso rural, em 1951 o núcleo urbano formado nos arredores do “Pouso Toledo” já dava mostras que dali surgiria uma cidade muito próspera, tanto que em 14 de novembro daquele ano o então governador Bento Munhoz da Rocha Neto sancionou a Lei nº 790 que promoveu a emancipação político-administrativa de 39 novos municípios – entre eles, Toledo, que se desmembrou de Foz do Iguaçu. O ponto de partida deste processo foi a Avenida Maripá, via cujo traçado praticamente repete o da picada por onde a erva-mate era levada ao Porto Britânia (situado atualmente em Pato Bragado) até o Rio Paraná e, de lá, descia em direção à Argentina. 

Um pouco mais acima do Pouso Toledo, em um terreno mais plano, começaram a ser construídas as primeiras casas e estabelecimentos. Sob o incentivo da Maripá (a colonizadora), foram surgindo, em seguida, escolas, igrejas, hospital e clube, oferecendo aqui aos moradores recém-chegados a estrutura mínima para viverem bem.

Novos rumos

E é sob o prisma da promoção de qualidade de vida que o poder público, gestão após gestão, tem trabalhado nos mais diversos setores da administração municipal. Os avanços promovidos desde os tempos dos pioneiros se refletem no cotidiano de Toledo, que começa a se preparar para os desafios que o mundo reserva para todos nós nas próximas décadas.

Se na iniciativa privada este esforço é liderado pelo Biopark, o município tem atuado com programas inovadores em várias áreas. No desenvolvimento econômico, o “Toledo é + Negócio” traçou as estratégias para ampliação e atração de investimentos para o município; na educação, o “Aluno Conectado” está promovendo o encantamento de alunos e professores da rede municipal de ensino pela arte de ensinar e aprender; na infraestrutura urbana, uma inédita parceria público-privada (PPP) garantirá um serviço de maior qualidade com menores custos para o erário pelos próximos 13 anos.

A lista de projetos que mostram uma Toledo que inova no atendimento às demandas da população é ampla. Há exemplos ainda na infraestrutura rural, com a pavimentação e a recuperação da malha viária em localidades e distritos por meio do Programa de Atendimento ao Produtor (PAP); na habitação, com o “Lote Social”; na proteção social, o “Toledo é + Dignidade!” e “Toledo é + Mobilidade!”, que ampliam o acesso à alimentação e transporte público de qualidade; na saúde, por exemplo, a realização de mutirões está reduzindo a fila de consultas com especialistas e a implantação do Ambulatório Materno Infantil (AMI) tem permitido um acompanhamento multidisciplinar de alto nível a gestantes e recém-nascidos.  “Chegamos ao aniversário com muitas coisas a serem comemoradas. São avanços importantes, que começaram a ser conquistados com a chegada dos primeiros colonizadores em 1946, passando por nossa emancipação político-administrativa para chegar ao que somos hoje”, analisa o prefeito Beto Lunitti.

Festa

Para celebrar o aniversário de 70 anos, o governo municipal tem realizado desde o primeiro trimestre vários eventos alusivos à data. O ponto central desta festa está na programação que se inicia nesta quarta-feira e segue até domingo (18).

No dia exato do aniversário de 70 anos de Toledo está marcado, no local onde os primeiros colonizadores fixaram residência, o Parque dos Pioneiros, a população está convidada para curtir o show com Guilherme e Benuto.

No fim de semana, mais três atrações sertanejas de renome nacional: na sexta (16), no Jardim Panorama, Loubet; no sábado (17), no Jardim Coopagro, Teodoro e Sampaio; no domingo (18), no Parque Ecológico Diva Paim Barth, Israel e Rodolffo, que se apresentam após a distribuição do bolo de aniversário. “Venha celebrar com a gente. Toledo é uma terra de gente que trabalha, de gente feliz!”, convida o chefe do Executivo Municipal.

Os artistas

Guilherme e Benuto – A dupla de irmãos nasceu em Campinas e descobriu sua vocação musical quando ainda eram crianças: Guilherme começou a tocar sanfona aos 9 anos e Benuto descobriu sua paixão pelo violino aos 11. Durante uma década, fizeram parte do trio Villa Baggage e, em 2018, iniciaram a carreira como dupla. São intérpretes de músicas conhecidas do grande público (como “Haja colírio”, “Esse B.O. é meu” e “Três batidas”) e compositores de grandes sucessos como “Pergunta boba” (gravada por Jorge e Mateus), “Foi no bar perdeu o lugar” (Thaeme & Thiago) e “Até Deus duvida” (Guilherme & Santiago).

Loubet – Nascido em Bela Vista/MS, Loubet teve seus primeiros contatos com a música na infância. Aos 17 começou a compor e no no ano seguinte foi presenteado com um violão, momento em que começou a se apresentar em bares da região enquanto conciliava o tempo com as profissões de domador de cavalos e vendedor. O primeiro sucesso como compositor veio com o single “Abelhas”, gravada por Conrado e Aleksandro. A partir disso, resolveu morar em Campo Grande e, a partir disso, começou a fazer shows, gravar álbuns e ser conhecido pelo público com canções como “Tá Rodada”, “Made in Roça” e “Muié, Chapéu e Botina”.

Teodoro e Sampaio – Aldair Teodoro da Silva e Gentil Aparecido da Silva têm o reconhecimento de fãs da música sertaneja de todo o Brasil desde 1981, quando o primeiro dos 35 discos gravados pela dupla foi lançado. Em 41 anos de carreira, colecionam sucessos que alternam entre canções dançantes, modas românticas e letras irreverentes, como “Se a casa cair”, “Vestido de seda”, “Pitoco”, “Mulher chorona”, “Paixão Proibida” e “A roela do eno”. Muitas destas músicas foram compostas por Alcino Alves, cantor que fez a segunda voz da dupla entre 1995 e 2009, ano em que Gentil retornou ao seu posto. 

Israel e Rodolffo – A carreira profissional da dupla teve início em 2011, com a gravação do álbum “Do jeito que eu queria”, mas a parceria dos amigos vem dos tempos da infância. Quem uniu os dois foi outra dupla: Antônio e Juarez, pais de Israel e Rodolffo, respectivamente. Até o momento, eles já gravaram 13 álbuns com faixas que estão na boca do povo como “Batom de cereja”, “Marca evidente”, “Chegou um áudio”, “Nem namorado nem ficante” e “Deus me livre quem me dera”. Em 2021 a dupla ficou ainda mais conhecida com a participação de Rodolfo no Big Brother Brasil (TV Globo).

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