As ações na área cultural em 2022 foram o assunto do “Papo de Gabinete” transmitido ao vivo nesta sexta-feira (6) na página da Prefeitura de Toledo no Facebook. Na ocasião, a secretária da Cultura, Rosselane Giordani, fez um relato dos investimentos e das dezenas de eventos promovidos pela pasta em 2022 – grandes festivais, por exemplo, foram 18.
Para início de conversa, o atual chefe do Executivo Municipal exaltou a figura do ex-prefeito Wilson Carlos Kuhn cuja gestão, entre 1973 e 1977, revolucionou a forma de o governo municipal lidar com o setor cultural. “Todos os prefeitos que vieram depois, deram sua contribuição, mas o Dr. Wilson foi quem lançou as bases para um trabalho formidável, no qual Toledo é referência”, observa Beto Lunitti.
O gestor também falou sobre o conhecimento de Rosselane em políticas públicas nesta área, tanto que confiou a ela a coordenação dos eventos que integraram a programação alusiva aos 70 anos de emancipação político-administrativa do município. Por sua vez, a secretária, que é descendente dos primeiros pioneiros que chegaram a Toledo em 1946, agradeceu ao prefeito pela confiança depositada e destacou que este desafio só foi vencido graças ao apoio recebido de vários órgãos da administração municipal que contribuíram com a pasta no objetivo de difundir a cultura entre os mais variados públicos, democratizando o acesso a diversas expressões artísticas.
Após agradecer aos investimentos promovidos pelo Executivo na pasta, os quais saltaram de R$ 3.080.558,17 (0,593% do total do orçamento) em 2021 para R$ 10.096.209,37 (1,302%) no ano passado, Rosselane começou a falar do sucesso da edição 2022 de eventos já consagrados, como o Encontro de Pioneiros, o Festival de Inverno (Festin), o Festival Gospel (com show do cantor Israel Salazar um dia após o término do concurso), o Toledo em Dança, o Festival de Teatro, o Encontro de Corais, e a Virada Cultural, bem como outros que estrearam no ano recém-acabado, caso do Toledo Rock Festival, da Festa Literária de Toledo (Flit) e do Festival Farroupilha de Toledo (Fesfat), realizado durante a Semana Farroupilha. “Durante o ano colocamos como missão oferecer uma programação eclética, que atendesse a todos os públicos, contemplando a diversidade cultural da nossa gente, incluindo até mati-bailes realizados em comunidades do interior e para grupos da terceira idade. E o mais importante: nossa população, além de estar na plateia, também foi representada por vários artistas locais que se apresentaram seja como contrapartida dos recursos da Lei Aldir Blanc que receberam, seja na forma de credenciamento aos chamamentos públicos que realizamos. Depois do período difícil da pandemia, 2022 foi sensacional para os artistas e também para o fortalecimento das políticas públicas na área da cultura e investimentos em espaços e equipamentos da Cultura”, avalia.
Palco e plateia
A conclusão das obras do Teatro Municipal também foi mencionada durante a conversa. No fim de novembro, na semana em que o espaço completou 23 anos de funcionamento, chegou a notícia de que a Procuradoria-Geral Federal, da Advocacia-Geral da União (PGF-AGU), aprovou a minuta do acordo de cooperação técnica que a Fundação Nacional de Artes (Funarte) deseja firmar com a Prefeitura de Toledo para elaboração de projeto, via Centro Técnico de Artes Cênicas (CTAC), da caixa cênica.
Protagonista na cena cultural toledana, o espaço recebeu mais de 200 eventos durante o ano, entre eles o concerto, em setembro, da Orquestra Sinfônica do Paraná. “Foi um espetáculo inesquecível, uma vez que este grupo estava há 20 anos sem se apresentar na cidade e ficamos muito honrados em ver o Ricardo Molter, ex-aluno da Casa da Cultura, atuando como primeiro-violinista”, recorda Beto. “Eventos como este podem ser catalisadores de coisas ainda maiores. Por exemplo, representantes da Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária] vieram para o Inovameat e puderam ver o potencial do município para o agronegócio e decidiram implantar aqui uma unidade destinada à piscicultura. Na área cultural não é diferente”, salienta.
Rosselane observa que, no fim de 2021, Toledo foi apontada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) como o 9º município do país e o 1º do Paraná com maior atratividade específica para atividades culturais e, para continuar assim nas próximas décadas, ela destacou as ações para fortalecimento da política pública de formação de plateia junto ao público infanto-juvenil. “Trata-se de um trabalho que é capitaneado por projetos na área teatral, como o ‘Teatro na Escolas’, que foi iniciado no segundo semestre e chegará às 36 escolas municipais de Toledo neste ano, oferecendo formação para os professores e também na difusão e circulação de espetáculos em escolas municipais,”, relata Rosselane. “Por falar em formação, realizamos, muitas ações com este objetivo tanto para servidores públicos da pasta quanto para artistas. Para isso, contamos com a Unioeste [Universidade Estadual do Oeste do Paraná] e o Sated [Sindicato dos Artistas e Técnicos do Estado do Paraná], parceiros que viabilizaram a oferta de oficinas e cursos, trazendo qualificação para o setor”, complementa.
Artesanato e história
Ainda falando dos artistas locais, os artesãos do grupo Tenda receberam barracas novas, doação do governo municipal viabilizada por edital de chamamento público, que se encontra amparado pela Lei nº 2.356/2021. Antes de receberem o item, esses profissionais participaram de capacitações promovidas em parceria com a Secretaria do Agronegócio, de Inovação, Turismo e Desenvolvimento Econômico (AgroDesenvolvimento) via Sala do Empreendedor, onde puderam também formalizar o seu negócio.
Na manutenção das estruturas sob gerência direta da Secretaria da Cultura, mais de R$ 1 milhão foram investidos, sendo que mais de R$ 500 mil foram destinados a melhorias em iluminação e sonorização, aquisição de grua, implantação de novo linóleo no piso do palco, reforma do sistema de ar-condicionado e aquisição de novos mobiliários para cabine de som do Teatro Municipal. Outros investimentos foram feitos em obras em prédios públicos, como a recém-entregue reforma do Centro Cultural Oscar Silva, para a qual foram destinada cerca de R$ 1,8 milhão e mais de R$ 600 mil em mobiliários.
Também merecem destaque as obras de reforma no Museu Histórico Willy Barth, que se iniciam em fevereiro e receberão investimento de mais de R$ 700 mil. Outra ação importante no espaço será a digitalização do acervo. “A partir deste ano, documentos e fotos que estão no museu serão encaminhados para o Cepedal [Núcleo de Pesquisa e Documentação Sobre o Oeste do Paraná], localizado no câmpus Marechal Cândido Rondon da Unioeste, que fará a digitalização desse acervo. Firmamos termo de cooperação técnica e, em breve, este processo será iniciado”, informa Rosselane.
Ao fim da live, Rosselane assegurou que 2023 também reservará muitos e bons momentos para os amantes da cultura e Beto reforçou seus votos de um próspero Ano Novo. “A experiência do ano passado credencia muitos eventos a estarem na nossa programação para os próximos meses”.