O Dia Mundial da Hanseníase é celebrado no último domingo de janeiro, este ano, dia 29, e tem por objetivo aumentar a conscientização sobre uma doença que muitas pessoas acreditam estar extinta. Em Toledo, as atividades alusivas à data serão realizadas na quarta-feira, dia 25 de janeiro – o Dia da Mancha – e fazem parte da programação do Janeiro Roxo. O objetivo é mostrar a importância do diagnóstico precoce e que a hanseníase tem cura, o tratamento é gratuito e disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).
Todas as unidades de saúde, serviços de saúde mental, Central de Especialidades, departamento de Vigilância em Saúde farão atividades neste dia. Serão ações educativas e avaliações de pele em algumas unidades.
O Paço Municipal e a Feira do Produtor também irão contar com profissionais de saúde e acadêmicos do curso de Medicina da Universidade Federal do Paraná (UFPR) para realizar a orientação ao público.
Na Central de Especialidades e nos CAPs serão montados painéis informativos, haverá distribuição de panfletos e mini-palestras.
UBS/USF – As unidades de saúde estarão com painéis informativos e distribuição de panfletos. Os profissionais de saúde farão orientações nas recepções e nos atendimentos das unidades. As agentes comunitárias de saúde (ACS) levarão as informações em suas visitas domiciliares.
No departamento de Vigilância em Saúde terá orientação e avaliação de pele em todos os trabalhadores. São 105 agentes de combate a endemias e aproximadamente 40 funcionários na vigilância sanitária e epidemiológica.
Dia da Mancha – As atividades do Dia da Mancha (25) estão sendo organizadas pelas diretorias de Atenção Primária e Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). No dia seguinte, a partir das 14h, as ações prosseguem na ESF Jardim Concórdia. Na oportunidade, serão oferecidas consultas a pacientes com hanseníase e alunos de Medicina da UFPR darão orientações sobre a doença aos presentes.
Na quinta-feira posterior (1/2), os acadêmicos de Medicina da UFPR entram em ação novamente, desta vez na ESF Alto Panorama. Das 8h às 11h30, eles e a equipe da unidade de saúde estarão envolvidos em ações como avaliação de casos suspeitos de hanseníase, de educação em saúde na sala de espera e de tira-dúvidas de quem estiver presente.
O que é hanseníase?
Segundo consta no site da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), a hanseníase é “uma doença crônica, causada pela bactéria Mycobacterium leprae, que pode afetar qualquer pessoa. Caracteriza-se por alteração, diminuição ou perda da sensibilidade térmica, dolorosa, tátil e força muscular, principalmente em mãos, braços, pés, pernas e olhos e pode gerar incapacidades permanentes. Diagnosticar cedo é o elemento mais importante para evitar transmissão, complicações e deficiências”.
Embora existam exames de sangue que possam detectar a presença da doença no corpo do paciente, o melhor meio para diagnosticá-la continua sendo a análise clínica e epidemiológica. O patógeno causador da hanseníase é transmitido por meio de gotículas de saliva eliminadas na fala, tosse e espirro, em contatos próximos e frequentes com doentes que ainda não iniciaram tratamento ou que estão em fases adiantadas da doença. Por isso, todas as pessoas que convivem ou conviveram com o doente devem ser examinadas.
A hanseníase ocasiona um gradual comprometimento dos nervos dos membros inferiores e superiores, e da face, razão pela qual os sintomas muitas vezes passam despercebidos e só são notados em fases avançadas da doença. Entre os sintomas mais frequentes, estão manchas com perda ou alteração de sensibilidade para calor, dor ou tato; formigamentos, agulhadas, câimbras ou dormência em membros inferiores ou superiores; diminuição da força muscular, e dificuldade para pegar ou segurar objetos ou para manter calçados abertos nos pés; nervos engrossados e doloridos, além de feridas difíceis de curar, principalmente em pés e mãos; caroços pelo corpo; áreas da pele muito ressecadas, que não suam, com queda de pelos (especialmente nas sobrancelhas); coceira ou irritação nos olhos; e entupimento, sangramento ou ferida no nariz.
O tratamento é feito por meio de comprimidos que são fornecidos gratuitamente nas unidades de saúde. Devem ser tomados diariamente até o término do tratamento, isso é muito importante para alcançar a cura. Se a hanseníase não for tratada, pode causar lesões severas e irreversíveis. O tratamento cura a doença, interrompe sua transmissão e previne incapacidades físicas. Quanto mais cedo for iniciado, menores são as chances de agravamento da doença.
O Paraná registrou 222 casos de hanseníase em 2021, sendo que 80% eram casos graves. Os dados são do Boletim Epidemiológico de hanseníase do Sistema de Informação de Agravos de Notificações (Sinan) e da Secretaria do Estado da Saúde do Paraná (SESA/PR). Em Toledo, foram 11 diagnósticos no mesmo período. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), no Brasil são diagnosticados mais de 30 mil novos casos da doença todos os anos, sendo que cerca de 15 mil casos são em crianças menores de 15 anos.