Saúde em alerta com o aumento de casos de chikungunya na Região Oeste

A maior preocupação dos ACE’s é com os criadouros nos quintais. (Fotos – Departamento de Jornalismo)

O Setor de Controle e Combate às Endemias da Secretaria de Saúde de Toledo ligou o sinal de alerta para a febre chikungunya. Com o surgimento de casos no Paraná, os agentes de combate às endemias estão intensificando as ações de monitoramento e orientação aos moradores. Neste momento, o município tem um caso suspeito na região do Jardim Panorama e já foram adotadas as medidas necessárias, como a realização do bloqueio mecânico, que consiste na aplicação localizada de inseticida com bomba costal motorizada para eliminar o mosquito Aedes aegypti, mesmo transmissor da dengue e zika vírus. 

Em todo o Paraná, no ano epidemiológico, já foram notificados 203 casos suspeitos, com 27 confirmações. Deste total, 78 já foram descartados e 98 seguem em investigação. A preocupação aumenta na região oeste por conta da proximidade com o Paraguai, onde já foram confirmados mais de 5 mil casos. “Já temos casos confirmados em Guaíra, Mercedes e São Miguel do Iguaçu, este último município com três casos, dois autóctones e um importado, e o maior número de notificações no Paraná até o momento”, disse a coordenadora do Setor de Controle e Combate às Endemias, Lilian Konig. 

Apesar de atingir a todos, Lilian afirma que as gestantes devem ter uma preocupação ainda maior com o problema. “No parto a mãe pode transmitir a doença para o bebê e, na maioria das vezes, o problema se manifesta de forma grave. Isso tem acontecido muito no país vizinho”, disse. Outro fator preocupante é a transmissão mais rápida da doença. “A chikungunya pode comprometer um bairro inteiro em uma semana. O bloqueio mecânico tem que ocorrer no mesmo dia em que se notifica um caso suspeito. E o maior problema hoje é que os quintais estão com muitos criadouros, pois estamos com chuvas ocorrendo diariamente e muitos depósitos de larvas”, destacou Lilian.  

Além das orientações sobre a eliminação de criadouros, os agentes de combate de endemias estão sendo capacitados para auxiliar os moradores na identificação dos principais sintomas. “Hoje (03) estamos trabalhando com nossos servidores para que possam informar aos toledanos e toledanas quais sintomas são mais corriqueiros, orientar sobre qual o momento que se deve se procurar o atendimento médico, mas principalmente, explicar aos moradores a importância da limpeza correta dos quintais. Esse tem sido o fator mais preocupante neste momento”, disse. 

Sintomas – Os principais sintomas da febre chikungunya são febre alta de início rápido, dores intensas nas articulações dos pés e mãos, além de dedos, tornozelos e pulsos. Ainda pode ocorrer dor de cabeça, dores musculares e manchas vermelhas na pele. Os sintomas começam entre dois e doze dias após a picada do mosquito, porém aproximadamente 30% dos casos são assintomáticos. Ainda não existe vacina ou medicamentos contra chikungunya. “A única forma de prevenção é acabar com o mosquito, mantendo o quintal sem depósitos ou criadouros. Roupas que deixem a pele menos exposta e uso de repelentes e inseticidas também podem contribuir, desde que sejam aplicados corretamente”, concluiu Lilian.

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