Prefeitura de Toledo busca resolver graves problemas no Aterro Sanitário Municipal

Segundo a SMMA, rompimento da geomembrana e falha na estação de tratamento estão por trás do alagamento por chorume na nova célula do espaço

A Prefeitura de Toledo está mobilizada para solucionar graves problemas identificados no Aterro Sanitário Municipal. Em vistoria realizada no dia 2 de janeiro, a secretária do Meio Ambiente, Luciana Alves Fogaça, acompanhada pela diretora de Licenciamento da pasta, Liliane Doria, e pelo coordenador do espaço, João Bressan, encontrou um cenário preocupante: o rompimento de geomembrana (material impermeável que impede a contaminação do solo e do lençol freático) do talude da célula de disposição de resíduos e um acúmulo de chorume. 

A equipe também constatou que a estação de tratamento de efluentes não estava em funcionamento. Além disso, o leito de secagem estava infestado de plantas daninhas.

Os problemas ocorreram durante a gestão anterior, mais precisamente em 3 de dezembro de 2024. O responsável técnico do aterro, Flávio Scherer, relatou que “assim que o rompimento foi detectado, foi enviado o comunicado via ofício ao então secretário do Meio Ambiente. Neste documento, também teriam sido indicadas as medidas de contingência necessárias até que o reparo da geomembrana fosse realizado”. 

O responsável técnico também relatou que o secretário respondeu ao ofício somente no dia 26 de dezembro, informando que notificou a empresa Meioeste Ambiental Ltda., responsável pela execução da obra da nova célula do aterro, para que se pronunciasse e realizasse os reparos necessários, e, orientou o responsável técnico a fazer contato com fornecedores para conserto da geomembrana e que providenciasse um estudo técnico preliminar para a contratação de outra empresa, caso a Meioeste demorasse a fazer os reparos.

A resposta da empresa à notificação ocorreu somente em 7 de janeiro deste ano. A Meioeste informou que havia acionado a empresa EW GEO Impermeabilizações, responsável pela instalação da geomembrana, para realização de vistoria e elaboração de um laudo técnico. O documento apresentado afirma que não houve erro de construção da geomembrana, mas que as falhas observadas estão provavelmente relacionadas a questões operacionais.

Luciana Alves Fogaça ressalta que essa vistoria foi realizada sem o conhecimento da equipe da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA). A secretária, que possui doutorado em agronomia e foi coordenadora do curso de Engenharia Ambiental da PUC/PR, não concordou com esse laudo e juntamente com o titular da Procuradoria-Geral do Município, João Poletto, elaborou e enviou um ofício à empresa expressando o seu desacordo em relação ao teor do documento. 

Como resultado imediato, a empresa Meioeste entrou em contato com a secretária para agendar uma visita técnica no aterro, o que ocorreu no dia 22 de janeiro, com a presença da equipe da SMMA. Na ocasião, ficou acordado que a referida empresa enviaria um novo relatório com diagnóstico do problema e as ações necessárias para sua resolução. 

No dia seguinte, os reparos necessários na estação de tratamento foram iniciados pela empresa responsável. Em ato continuo, a equipe da SMMA se reuniu com representantes do Instituto Água e Terra (IAT), para obter uma autorização emergencial para a retirada do chorume na célula do aterro e utilização da lagoa de águas pluviais para que Meioeste possa resolver o problema no aterro o mais rápido possível. 

Além disso, a SMMA pretende contratar uma empresa para a operação e manutenção do local, para que esse tipo de problema não volte mais a acontecer. Todas estas ações também estão sendo monitoradas pelo Ministério Público, por meio da 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Toledo, que abriu um inquérito para apurar responsabilidades acerca desse problema.

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