Estratégias de combate ao Aedes aegypti são debatidas em reunião de comitê

Representantes de órgãos públicos e entidades da sociedade civil participaram de encontro na tarde desta terça-feira (9) no Centro Municipal de Controle de Endemias

As estratégias de combate ao Aedes aegypti foram o ponto central da reunião realizada na tarde desta terça-feira (9) pelo Comitê Municipal Intersetorial de Combate à Dengue, Chikungunya e Zika Vírus de Toledo. Durante o encontro, realizado na sede do Centro Municipal de Controle de Endemias, foram apresentados dados que traduzem o panorama geral da situação epidemiológica em Toledo, bem como as ações preventivas realizadas por órgãos públicos, entidades e instituições de ensino que compõem o grupo de trabalho.

A reunião, que teve a presença da vereadora Marly Zanete, foi iniciada com a fala da secretária de Saúde e presidente do comitê, Gabriela Kucharski, que exaltou a união de forças para o município vencer a batalha contra o Aedes aegypti. “Infelizmente foi confirmado nesta semana o primeiro óbito em Toledo causado pela dengue, uma doença prevenível, mas que exige esforços contínuos do poder público, mas também da população. Tanto na atenção primária quanto nos serviços de urgência e emergência está havendo um incremento de consultas de pacientes com os sintomas da doença. Para sairmos desta situação, que, infelizmente, caminha para uma epidemia, será necessário o apoio de todos e é fundamental que o comitê esteja reunido num momento como este”, avalia.

Em seguida, a diretora de Vigilância em Saúde, Juliana Beux Konno, apresentou dados do boletim epidemiológico das semanas 15 a 18 de 2022 e 2023 e comparou a evolução de casos no mesmo período de ambos os anos. “Ano passado não havia febre chikungunya, porém o crescimento e a quantidade de casos confirmados foi muito maior. Podemos dizer que a situação agora está menos pior, mas ainda inspira muitos cuidados. Os ACEs [agentes de combate a endemias] estão trabalhando com mais intensidade e a população está um pouco mais colaborativa. Mesmo assim, uma epidemia de dengue é praticamente inevitável”, analisa.

Juliana apresentou fotos de ações realizadas de combate à dengue desde a última reunião, em 11 de abril. Entre as quais figuram interações com agentes comunitários de saúde (ACS) de várias unidades básicas de saúde (UBS), ações assertivas em Dez de Maio, São Luiz do Oeste e Vila Nova (onde será feita uma mobilização junto aos acumuladores que residem neste distrito), limpeza da trilha da Sanga Panambi (parceria com o curso de Técnico em Enfermagem do Colégio Estadual Dario Vellozo), projeto integrador na unidade local do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), e orientações em sete escolas municipais, Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e Centros da Juventude.

Tarefa de casa

Aceitando a provocação feita no encontro anterior, alguns dos presentes apresentaram sua “tarefa de casa”, isto é, fizeram alguma ação de combate à dengue no local onde reside ou trabalha. A primeira iniciativa relatada foi da parceria entre os câmpus locais da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) que farão nesta sexta-feira (12) uma ação de identificação e eliminação de focos do Aedes aegypti dentro de suas dependências e no próximo dia 20 (sábado) estarão mobilizados para fazer a mesma atividade, mas no entorno das instituições.

Também foi mencionado o arrastão realizado na segunda quinzena de abril no Jardim Europa, uma ideia da gerência da UBS do bairro, que foi “abraçada” pelos ACS que atuam no território e que contou com o apoio do Setor de Endemias. Nesta mobilização, 40 focos do mosquito transmissor da dengue foram encontrados e, desde então, notou-se uma redução no número de notificações entre moradores da região.

A Associação Comercial e Empresarial de Toledo (Acit) também esteve presente no encontro e falou sobre a intenção de promover uma campanha publicitária de conscientização sobre a importância de se receber o ACE em casa. Dessa forma, o trabalho já realizado pelo poder público municipal ganha um reforço importante, pois a entidade goza de prestígio e influência na sociedade local, sobretudo perante empresários e trabalhadores da indústria, do comércio e de prestação de serviços.

A Assessoria Comunitária, órgão diretamente subordinado ao Gabinete do Prefeito, informou que está compartilhando gradativamente o material de divulgação relacionado ao combate à dengue com os presidentes de associação de moradores, estimulando-os a mobilizarem seus vizinhos para manterem limpos os quintais. A partir desta orientação “boca a boca” espera-se uma comunicação mais eficiente.

Por sua vez, a representação do Consórcio Intermunicipal de Saúde Costa Oeste do Paraná (Ciscopar) no encontro comentou que profissionais do órgão estão promovendo rodas de conversas sobre o assunto. O diálogo acontece com os pacientes enquanto estes esperam sua vez de serem atendidos, ação que acaba atingindo também um público advindo de outros municípios.

Próximos passos

Ficou definido que a próxima reunião do comitê será em 13 de junho (terça-feira), às 14h, no Centro Municipal de Controle de Endemias. Contudo, antes disso, está marcado para o próximo dia 27 (sábado), das 8h às 12h, um Ecoponto Itinerante no Jardim Santa Clara IV, ocasião em que os moradores podem eliminar de forma adequada objetos que acumulam água e podem servir de criadouro para o Aedes aegypti (vasos, pneus, garrafas, móveis velhos, entre outros) – apenas galhos de árvores e entulhos da construção civil não serão aceitos.

Segundo a edição mais recente do boletim epidemiológico da dengue, o bairro é onde mais se registrou casos de dengue no atual ano epidemiológico. “Precisamos do apoio do maior número possível de parceiros para esta missão, que será bastante árdua. Temos naquela região da cidade uma demanda crescente pelos serviços do SUS [Sistema Único de Saúde] e é nosso dever estar lá para minimizar o estrago que o Aedes aegypti tem feito ali.  Em geral, os ecopontos têm uma boa adesão da população e desta vez imagino que não será diferente”, pontua a secretária de Saúde. 

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