As demandas do Programa Oeste em Desenvolvimento (POD) na área de sanidade agropecuária, energia, infraestrutura e logísticas integrarão o Plano de Trabalho do Governo do Paraná. A confirmação foi feita pelo Governador Ratinho Junior, durante o Show Rural Coopavel, em Cascavel. O evento reuniu cerca de 290 mil pessoas entre os dias 4 e 8 de fevereiro.
“Levaremos a experiência do Programa para serem replicadas em outras regiões do Paraná”, disse Ratinho.
Segundo o presidente do POD, Danilo Vendruscolo, após pesquisas entre todos os setores, foram elencados os principais gargalos na região. Agora, busca-se, aos poucos, apoio para solucionar esses problemas.
“O apoio do Governador foi o reconhecimento de um trabalho que o POD vem realizando na região há quatro anos”, disse.
Infraestrutura
Na área de infraestrutura e logística, o Secretário Estadual de Planejamento, Valdemar Bernardo, se propôs a debater a implantação de um novo ramal ferroviário e a redução dos valores do pedágio.
“Queremos ter uma agenda conjunta com o Oeste em Desenvolvimento. Vocês conhecem a realidade local e podem nos ajudar a fazer um bom governo”, afirmou Bernardo.
Existe a preocupação porque o Oeste precisa de mais opções de modais no escoamento da produção e assim, ser competitivo. A produção da região atual é de 14 milhões de toneladas por ano. Em 2035 será de 21 milhões.
Sanidade
Na área de sanidade, o secretário de Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), Norberto Ortigara, confirmou que a última vacinação contra Febre Aftosa no Paraná ocorrerá em maio. O fim da vacinação é uma das principais prioridades do Programa.
Sem a imunização do rebanho, a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), entenderá que a região tem um controle sanitário rigoroso na sua produção agropecuária e emitirá até 2021 o “Status de Livre de Aftosa sem vacinação”.
O título é bem visto por 65% dos mercados internacionais, ainda a ser conquistados pelo Oeste do Paraná, como Japão e Coréia do Sul.
Para Ortigara, o cuidado com a sanidade animal, considerado prioridade do POD, é o ponto-chave para o crescimento de uma região e de um estado cuja vocação é o agronegócio. “Vocês estão buscando ser excelentes em sanidade e estão certos. O mundo só compra de países com sanidade. E, neste caso, ou tem ou não tem. Não existe meio termo”, disse.
Energia
A Energia é um outro gargalo impeditivo para o crescimento das indústrias e cooperativas no Oeste, mas que agora terá um olhar atento do Governo Estadual.
O presidente da Copel (Companhia Paranaense de Energia Elétrica), Daniel Pimentel Slaviero, reconheceu a gravidade do tema e o impacto que a energia exerce no agronegócio. “Sabemos que o Oeste cresce mais que a média brasileira. E com o uso de tecnologia. As demandas de vocês estão contempladas do nosso planejamento”, afirmou Slaviero. “Uma energia estável é pré-requisito para uma região crescer. Por isso, podem nos cobrar. Queremos atender todas as demandas do POD”.
Entre os pedidos do POD está a isenção por 12 anos de ICMS sobre a energia alternativa (biomassa e biogás) produzida nas propriedades rurais e distribuída na rede. A Lei 19.595, de 2018, prevê isenção por apenas quatro anos.
Nele, também há demandas a respeito da melhoria nas redes de distribuição – para evitar a oscilação e queda na energia, além de aumento na disponibilidade de energia no Oeste. “Muitas empresas, indústrias e cooperativas deixam de investir por falta de energia”, disse o presidente do POD, Danilo Vendruscolo.
POD
Lançado em 2014, o Programa Oeste em Desenvolvimento é uma iniciativa que une mais de 60 instituições públicas e privadas como a Itaipu Binacional, o Parque Tecnológico de Itaipu (PTI), o Sebrae/PR, o Sistema Cooperativo, a Caciopar, a Amop, a Emater, a Fiep, além de cooperativas e instituições de ensino superior.
O programa tem como objetivo promover o desenvolvimento econômico sustentável dos 54 municípios do oeste do Paraná por meio de ações integradas e com foco nas potencialidades regionais. Toda a ação tem como base as sete cadeias produtivas do território, também chamadas de exportadoras, pois recebem recursos e investimentos de outras regiões brasileiras e até do exterior. São elas: Cadeia de Frango, Cadeia do Leite, Cadeia de Suíno, Cadeia de Pescado, Cadeia de Grãos, Industria Metalmecânica e Turismo.